quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um caso interessante da vida de São Geraldo Magela


São Geraldo Megela e as mulas

Conta-se que certa vez São Geraldo Magela estava a passeio com um grupo de seminaristas. Almoçam numa pensão, com um dinheirinho bem curto. O dono do boteco quis se aproveitar dos frades, cobrando três vezes mais.

São Geraldo era santo, mas não era bobo.
- Isso é roubo. Se continuar com essa malandragem, vai perder tudo, até suas mulas.
Nesse mesmo instante o filho do hospedeiro vem correndo e grita:
- Pai, as mulas estão morrendo lá na estrebaria. Elas rolam desesperadas pelo chão.
O homem descobriu que não é bom abusar de frades Pode haver algum santo no meio deles. É raro, mas acontece: pediu desculpa e não queria cobrar nada.
E Geraldo:
- Não senhor, pagamos o que devemos.
Foi até a estrebaria e deu uma bênção nas mulas. E elas felizes, se ergueram, relinchando orgulhosas como a mula de Balaão, defendida pelo anjo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Santa Joana D'arc

Uma simples camponesa, com apenas 17 anos de idade, assume o comando de exércitos
e salva sua pátria de um desaparecimento inglório.
Certas lendas parecem-se tanto com a realidade a ponto de levantar a pergunta: "Será, de fato, simples lenda?" Em sentido contrário, certas narrações históricas revestem-se de tantos aspectos surpreendentes que suscitam uma desconfiança: "Mas isto é mesmo real?"
Um dos mais expressivos exemplos do segundo caso é a vida de Santa Joana d'Arc, uma das maiores epopéias da História. São desconcertantes os traços de sua curta existência. Seriam mesmo inexplicáveis abstraindo-se a graça de Deus, que transformou essa delicada virgem camponesa em guerreira intrépida e fez de seu nome uma saga, um mito, um poema.
Desde muito pequena, preparada para sua grande missão
Quando Joana nasceu, em 1412, a França sangrava dolorosamente havia já 75 anos, nos duros embates da Guerra dos Cem Anos, contra a Inglaterra. O nome de seu vilarejo natal, situado no Ducado de Lorena, soa como um toque de sininho de aldeia: Domrémy.
Filha de camponeses honrados e laboriosos, ali passou ela sua infância, aprendendo o mesmo que as outras meninas de sua idade. "Ela se ocupava, como as demais mocinhas, fazendo os trabalhos de casa e fiando, e, algumas vezes, como eu mesma vi, cuidava dos rebanhos de seu pai" - conta Hauviette, sua amiga.
Entretanto, a nota dominante de sua infância foi sua exemplar piedade. Desde muito pequena, Deus a atraía para a contemplação de panoramas elevados. Destinada a grandes feitos, sua fé deveria ser robusta. Gostava imensamente de freqüentar a igreja, e com sumo interesse dava os primeiros passos no aprendizado da doutrina cristã.
Jamais poderia ela imaginar a grande missão para a qual sua alma estava sendo preparada. Ouçamo-la narrar, com encantadora simplicidade, um acontecimento que a marcou profundamente: "Quando eu tinha mais ou menos 13 anos, ouvi a voz de Deus que veio ajudar-me a me governar. Eu ouvi a voz do lado direito, quando ia para a Igreja. Depois que ouvi esta voz três vezes, percebi que era a voz de um anjo. Ela me ensinou a me conduzir bem e a freqüentar a igreja".
Tempos depois, sabendo já que aquela "voz" era de São Miguel Arcanjo, conta: "Ela [a voz] me disse ser necessário que eu, Joana, fosse em socorro do Rei da França".
Aos 17 anos, parte para a vida de batalhas
A Filha Primogênita da Igreja estava numa situação calamitosa. Em 1337, o Rei Eduardo III da Inglaterra, reivindicando para si o Trono da França, desencadeou a Guerra dos Cem Anos. Enfraquecidos por fatores de ordem moral e religiosa, além de graves discórdias internas, os franceses sofreram reveses sucessivos. Em 1420, foram obrigados a assinar o humilhante Tratado de Troyes, em conseqüência do qual o Rei da França perdeu o trono em favor do Rei da Inglaterra. Assim, a nação francesa caminhava para um inglório ocaso.
Precisamente nesta trágica circunstância, surge a figura argêntea de Santa Joana d'Arc, a camponesa iletrada, mas instruída nas vias da virtude por três enviados de Deus: o Arcanjo São Miguel, Santa Catarina de Sena e Santa Margarida de Antioquia.
Quando ela completou 17 anos, as "vozes do Céu" lhe indicaram que o momento de agir havia chegado. Saindo da casa paterna, Joana conseguiu convencer o Capitão Roberto de Baudricourt a conduzi-la à presença do "Delfim" (assim era chamado o monarca francês Carlos VII, ainda não coroado Rei), o qual se encontrava em Chinon.
Com a convicção e confiança recebida das vozes celestes, afirmava ela ser a vontade do rei do Céu que Carlos fosse coroado, e que ela era chamada a comandar em nome de Deus os exércitos franceses para expulsar da França as tropas inglesas.
Após vencer muitas dificuldades, a pastora de Domrémy chegou à corte no dia 6 de março de 1429. Nesta ocasião ela se encontraria, por fim, com o monarca que ela própria levaria ao trono. Para testar a autenticidade da missão da qual ela assegurava estar incumbida, e também para divertir-se frivolamente às custas da "ingênua" camponesa, Carlos decidiu disfarçar-se no meio de seus cortesãos, enquanto outro ficaria sentado no trono, vestido com os trajes reais.
Entrou a Santa e foi apresentada ao falso Delfim. Sem dar-lhe maior atenção, ela imediatamente passou a observar todas as fisionomias do recinto, até ver Carlos escondido em um canto. Fixou nele seu puro e penetrante olhar, e fez-lhe uma profunda reverência, dizendo: "Muito nobre senhor Delfim, aqui estou. Fui enviada por Deus para trazer socorro a vós e vosso reino". O assombro geral logo deu origem a estrondosas aclamações.
Em longa conversa, Santa Joana d'Arc expôs a Carlos VII a missão a ela confiada pela Providência e solicitou que lhe fosse posto à disposição um exército para acorrer logo em defesa de Orléans. Convencido, afinal, pelo que vira e ouvira, Carlos não hesitou em fazer o que a enviada de Deus lhe indicava.
Coroação do Rei: dia de glória e alegria
Desta forma o mundo de então presenciou um fato absolutamente inédito: Joana, a "donzela", marcha à frente dos exércitos franceses, conduzindo-os para uma batalha decisiva.
A presença dessa virgem resplendente de inocência e de certeza na vitória impunha respeito no acampamento e dava novo alento aos oficiais e soldados. Proibiu terminantemente as bebidas alcoólicas e os jogos. Sobretudo, fez questão de que os soldados pudessem confessar-se e receber a santa Comunhão.
Seus conselhos de guerra jamais falharam, causando admiração aos mais experimentados generais. A tomada de Orléans foi um esplêndido triunfo! Em meio à batalha, lá estava ela segurando seu branco estandarte bordado com a imagem de Nosso Senhor e as palavras Jesus, Maria.
Após a tomada de Orléans, seguiram-se outras grandes vitórias. Graças a Santa Joana d'Arc, renascera na França o ideal de unidade e a esperança de reconquistar o território perdido. O povo não poupava entusiásticas manifestações de gratidão e admiração pela "Donzela".
Chegou, enfim, o almejado dia em que o Rei da França voltou a ocupar o trono ao qual só ele tinha direito. Em 17 de julho de 1429, Carlos VII foi solenemente coroado, tendo a seu lado Santa Joana d'Arc com seu estandarte. Alguém lhe perguntou o motivo da presença daquele lábaro de guerra numa cerimônia de coroação, e recebeu pronta resposta: "Ele esteve comigo na hora do combate, é natural que esteja também no momento da glória".
Foi um dia de grande festa. Mais do que nunca, a alegria invadia-lhe a alma. Embora os ingleses não tivessem ainda sido expulsos totalmente, o Reino da França já estava restabelecido!
Uma terrível perplexidade
Em pouco tempo, porém, a essa alegria se sobreporiam as pesadas sombras da ingratidão, das intrigas e da traição.
O Rei, sentindo-se agora poderoso e firme em seu trono, rapidamente se esqueceu da gratidão devida a essa heróica donzela. Pior ainda, Carlos VII, dominado por surda inveja, abandonou-a à própria sorte.
Santa Joana d'Arc sofreria da mesma forma que o Divino Salvador, o qual, depois de ser recebido triunfalmente no Domingo de Ramos, foi crucificado na Sexta-Feira Santa.
Mesmo assim, ela continuou a luta, disposta a não depor armas enquanto houvesse tropas inglesas no território francês. Tentando salvar a cidade de Compiègne, em 1430, ela foi feita prisioneira por soldados da Borgonha (aliada da Inglaterra) e entregue aos ingleses.
Estes levaram-na a um tribunal da Inquisição, formado irregularmente e presidido por um bispo indigno e corrupto, Pierre Cauchon, ao qual foi oferecida alta soma em dinheiro.
Perante o iníquo tribunal, a inocente jovem foi acusada de heresia e bruxaria. Não faltou quem atribuísse suas vitórias a um acordo com os espíritos malignos. Não lhe foi dado um defensor, mas ela, assistida pelo Espírito Santo, defendeu-se com tanta segurança e sabedoria que deixou pasmos tanto os acusadores quanto os juízes.
Esse tribunal, porém, não se reunira para julgar... A sentença condenatória já estava decidida de antemão. A salvadora da França foi condenada à pena de morte na fogueira em praça pública.
Torturada pelas pressões e injustiças das quais era vítima, Joana tinha um sofrimento maior, uma terrível perplexidade: o Rei estava reposto em seu trono, mas os ingleses ocupavam ainda boa parte do território francês; iria ela morrer sem ter cumprido inteiramente sua missão?
O prêmio da confiança e da fidelidade
Na manhã triste e fria do dia 30 de maio de 1431, ela foi queimada viva na cidade de Rouen, aos 19 anos de idade. Amarrada em meio às chamas e olhando para seu crucifixo, ela reafirmou em altos brados a inabalável confiança no cumprimento de sua missão: "As vozes não mentiram! As vozes não mentiram!"
Terá ela recebido nesse instante supremo alguma revelação que a tirou da angustiante perplexidade? Ter-lhe-ão "as vozes" falado uma última vez, explicando que, graças ao irresistível impulso por ela dado, em pouco tempo a França estaria livre dos invasores?
Quem saberá dizer? O certo é que em 1453, após a batalha de Castillon, os ingleses foram expulsos do Reino da França.
Em 1456, um inquérito judicial realizado por ordem do Rei teve como resultado a declaração da inocência de Santa Joana d'Arc. Beatificada por São Pio X em 1909, foi ela canonizada por Bento XV em 1920. A Santa Igreja celebra sua festa no dia 30 de maio.
Guardadas as devidas proporções, essa virgem guerreira e mártir bem poderia cantar como a Mãe de Deus:
"Minha alma glorifica o Senhor (...) porque lançou os olhos sobre a baixeza de sua serva, e eis que de hoje em diante me proclamarão bem-aventurada todas as gerações. Porque realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é santo." 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Frases



"As mães da terra nunca abandonam os seus filhos. O mesmo faz Maria que tanto ama os seus filhos ao longo da vida; com que ternura, com que bondade não irá ela protegê-los nos últimos instantes,

São João Bosco

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Beato Alberto Marvelli (1918-1946)

        Nasceu em Ferrara (Itália), no dia 21 de Março de 1918, segundo filho de uma família profundamente religiosa, mas também empenhada no mundo político, eclesial e caritativo.
        Em 1930 a família transfere-se para Rímini, onde Alberto frequenta o Oratório Salesiano da sua paróquia, incrementando assim a sua formação religiosa, que terá muita influência na sua vida espiritual. Em 1933 falece repentinamente seu pai; em Outubro do mesmo ano começa a escrever um diário, que é a história da sua vida interior, do seu caminho espiritual, da sua experiência de Deus. A sua pertença à Acção Católica enriquece a sua espiritualidade. Aos quinze anos é delegado para os aspirantes da sua paróquia; em 1935, delegado diocesano; em 1937 inscreve-se na Federação dos Universitários Católicos Italianos e em 1946 torna-se presidente dos Licenciados Católicos. Desempenha, nestes anos uma intensa actividade de apostolado.
        Em 1936 inscreve-se na Universidade de Bolonha na faculdade de engenharia mecânica, formando-se com bons votos em 1941. O percurso universitário marca uma nova etapa no seu caminho espiritual, animado pela meditação do mistério eucarístico. Nesse ano, a Itália entra em guerra e Alberto parte como militar, desempenhando na caserna um apostolado intenso. Consegue mudar muitas coisas: vence as blasfémias e a imoralidade, desperta o sentido da fé no coração de muitos, constitui um grupo de compromisso de vida cristã. Termina a guerra e Alberto regressa para Rímini quando, a 1 de Novembro de 1943 um terrível bombardeamento destrói a cidade. Alberto torna-se o operário da caridade: socorre os feridos, tirando-os das ruínas, distribui aos pobres tudo o que possui e que consegue recolher, salva muitos jovens da deportação dos alemães. Mais tarde, com a ajuda dos Licenciados Católicos, abre uma mensa para os pobres.
        Depois da libertação de Rímini, em Outubro de 1944, é constituída a primeira Junta Municipal do Comité de Libertação e, Alberto é um dos Assessores, com apenas 26 anos, mas muito realista, corajoso e disponível ao enfrentar as situações mais difíceis; são-lhe confiadas as tarefas mais delicadas.
Em 1945 inscreve-se no Partido da Democracia Cristã, concebendo a sua actividade política como a expressão mais nobre da fé por ele vivida, segundo as palavras de Pio XII: "o campo político é o campo de uma caridade mais ampla: a caridade política".
         Em 1946 sente que o Senhor o chama a formar uma família e deseja para esposa a jovem com a qual partilhou uma forte amizade espiritual. Manifesta esta sua intenção, mas a jovem já tinha feito outra opção. Na noite do dia 5 de Outubro do mesmo ano, quando ia de bicicleta fazer um comício eleitoral, foi atropelado por um camião militar. Falece algumas horas mais tarde sem retomar os sentidos.
        No dia 22 de Maio de 1986 foi emanado o decreto sobre a heroicidade das suas virtudes e proclamado Venerável. A 7 de Julho de 2003 a Congregação para as Causas dos Santos atribuiu à sua intercessão uma cura milagrosa.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A Aranha Insensata



    Em bela manhã de abril, conta Joegensen numa das suas engenhosas parábolas, estava a atsmosfera cheia de tênues fios. Tendo-se prendido um deles na elevada copa de uma árvore, uma pequenina aranha, valendo-se dele, veio firmar o pé na folhagem. Imediatamente lança novo fio, prende-o à copa e consegue descer até no pé da árvore. Ali encontrou um arbusto assaz ramificado e logo pôs mãos à obra: tecer uma teia. A extremidade superior do tecido foi atada à longa fibra pela qual baixara; as pontas restantes, prendeu-as aos ramos da sarça.
    Esplêndida rede foi o resultado do seu esforço, meio excelente para pegar moscas. Mas, uns dias após, pareceu-lhe pequena demais, e a aranha começou a ampliá-la em todos os sentidos. Graças ao fio resistente que segurava no alto, pôde realizar seu intento. E, quando as gotas de orvalho da manhã de outono cobriam o tecido, ele brilhava na luz baça do Sol, como um véu de pérolas.
   Orgulhosa de sua obra, a aranha desenvolvia-se a olhos vistos. Criou ventre volumoso. Talvez nem se lembrasse mais como era miserável e esfaimada quando pousara no alto da árvore, no começo do outono.
    Certa manhã, entretanto, ela acordou mal-humorada. Tudo estava nebuloso e nenhuma mosca em toda a redondeza... Que se poderia fazer em dia tão horrivelmente fastidioso? "Farei uma pequena ronda", resolveu  enfim, “quero ver se a teia não necessita de conserto em algum lugar”.
    Cada fio foi examinado, a ver se estava bem seguro. Defeito não encontrou, mas apesar disso, seu intratável mau  humor agravava-se.
    Enquanto vagueava indisposta pela rede, a aranha deu subitamente com um fio comprido, cuja extremidade não podia achar. Todos os demais ela bem os conhecia: este vai dar ali, a ponta quebrada do galho, aquele, acolá ao  espinho. A aranha sabia de todos os raminhos e de todos os fios; mas, que pensar deste fio diferente? Incompreensível, ia para o alto, metia-se simplesmente ar a dentro!  Que mistério esse!
   A aranha levantou-se nas patinhas traseiras e olhou para cima, com seus múltiplos olhos. "Nada se vê! Este fio não tem fim! Por mais que eu olhe, o fio se perde nas nuvens!" resmungou ela.
     Quanto mais a aranha se enforcava por desvendar o enigma, tanto mais se enfurecia. Qual a finalidade do fio que se some nas alturas? — Naturalmente, durante seus intermináveis festins, perdera de memória que fora por este fio que ela descera em abril. Também não se lembrava do quanto ele lhe fora útil no tecer e ampliar a teia, sustentando toda a construção. Tudo já estava esquecido. Só uma coisa via: aqui, sobe para o ar um fio inútil, absolutamente inútil, porque dependurado das nuvens.
     "Fora com ele!" gritou, desvairada de raiva, e... cortou o fio...
   No mesmo instante desmoronou-se a teia... e quando a aranha recobrou os sentidos, jazia paralizada no solo, debaixo do arbusto, enquanto os restos do fino véu, semeado de pérolas argênteas, cobriam-na como fiapos molhados. Nesse dia tornou-se pobre e sem lar; um instante foi suficiente para destruir todo o seu trabalho, porque não compreendera a finalidade do fio que conduzia ao alto.
     Jovem! Também a alma do homem casto está unida a Deus por meio dum fio que se eleva ao Céu.
     Esse fio é a religião.
    Quem o corta, torna-se mendigo errante e sem pátria; quem o guarda com solicitude, nele acha arrimo para uma  existência harmoniosa e penhor da felicidade eterna. Que esse fio, que nos une a Deus, nosso Pai Oelesle, nunca  venha a romper-se na alma de cada um de meus jovens leitores.

Fonte: http://alexandriacatolica.blogspot.com/ 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Oração para fazer boa escolha do estado de vida

        Ó Deus da sabedoria e do conselho, que ledes em meu coração o desejo sincero de só a vós servir, e de ordenar a minha vida segundo o vosso agrado: concedei-me, por intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, minha mãe, e de todos os Santos, meus advogados, especialmente de São José e de São Luiz, a graça de conhecer o estado de vida que devo escolher e abraçar, de tornar-me apto para nele procurar e aumentar a vossa glória, trabalhar na salvação das almas, e assim merecer a eterna recompensa, por Vós prometida aos que cumprem a vossa santíssima vontade. Assim seja. ( São Pio X).

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

“O Sacerdote é o amor do Coraçao de Jesus”


Esta se tornou uma frase célebre, daquele que foi declarado Patrono dos Sacerdotes, pelo Papa Bento XVI, e a quem foi consagrado o Ano Sacerdotal: o Cura d’Ars, como era conhecido S. João Maria Vianney.
Embebido de um profundo amor e reverência pelo sacerdócio que trazia em si e reconhecendo a dignidade de cada sacerdote nesta terra, assim que ele definia o sacerdote.
Esta frase tão simples, mas tão profunda, encerra em si o grande mistério que os sacerdotes trazem em si mesmo. Mistério do Amor, que se dignou escolheu homens como outros homens, frágeis, limitados, vasos de barro, e os ungiu, cumulando-os de Um grande tesouro: o Sacerdócio de Cristo. O Sumo e Eterno Sacerdote, confia a homens Sua própria vida, dando-lhes o poder de no Seu Nome e em Sua Pessoa, perpetuar Sua missão, em Sua memória.
S. J. M. Vianney reconhecia o seu sacerdócio como dom, melhor, o sacerdócio de Cristo que ele carregava em si, e que não lhe pertencia. Ele sabia viver o sacerdócio como dom colocado a serviço do povo a ele confiado; ele compreendeu, na intimidade com Aquele a quem ele havia se configurado, que seu sacerdócio era um serviço de amor e doação. Ele nao outorgou a si mesmo o direito de ser servido de seu sacerdócio, mas fez dele um ato de oblação e holocausto, perpetuando em si a vida mesma de Cristo Sacerdote, confomando-se a Ele na obediência a Vontade do Pai e em uma vida pobre e casta até o fim.


E não deve ser esta a vida do Sacerdote? S. J. M. Vianney não só definiu profundamente o que é um sacerdote, mas foi também exemplo íntegro de um sacerdócio vivido na autenticidade e submissão Àquele que é o Sacerdote por exelência.

Afirma S. J. M. Vianney: “Se comprendêesemos o que é um sacerdote, morreríamos, não de medo, mas de amor! Sim, Amor! Não há melhor palavra para definir o sacerdote, o Amor do Coração de Cristo, melhor, o próprio Amor em meio ao mundo. Ah, se os próprios sacerdotes por primeiro compreendessem este mistério, morreriam eles de Amor; se compreendessem a quão grande dignidade foram elevados... - não por si, pois são vasos de barro, mas pelo tesouro que carregam em si, que os tornam Rei e profeta das nações - andariam prostrados, adorando o mistério que carregam em si.
Que grande loucura de um Deus que não teve medo de escolher homens, de se colocar nas mãos de homens... que como disse nosso amado Papa Bento XVI em sua homília do encerramento do Ano Sacerdotal, ousadia de Deus! Mesmo sabendo que eles poderiam traí-Lo, como fez Judas, um dos doze discipulos que estavam no Cenáculo.
Este é um mistério que homens não poderão compreender pela razão, mas somente pelo Amor. Amor de um Deus apaixonado pela humanidade, que quis permanecer em meio aos homens; em homens e como alimento; nos sacerdotes e na Eucaristia. Dois prodígios de Amor nascidos do Coração de Deus no Cenáculo, como dizia a Beata Elena Guerra.
Ali, no Cenáculo, Jesus sabendo que era chegada a Sua hora, como último ato de amor e oblação, entregou-Seu aos Seus. Ali, Jesus se dá como Alimento e dá aos discípulos a missão de continuar o mesmo que Ele ali estava realizando. Há aqui uma dupla doação de Jesus. Jesus que se dá a si mesmo, como Alimento para os homens (a Eucaristia), e se confia aos discípulos, para que perpetuem em si este mistério (o sacerdocio). Não existe separação. Jesus ao dar Seu Corpo e Seu Sangue, dá a Si mesmo como Pessoa para os Seus discípulos, para que pudessem perpetuar o mesmo que Ele fizera na Última Ceia.
É o Amor que se oferta no Cenáculo, mas que vai ser consumado no Calvário. É na Cruz, que o Amor se derrama, é entregue; e foi a João, o discípulo Amado. João representa todos os sacerdotes, amados por Deus, desejados por Ele, e que na Cruz são gerados. Nascidos do Lado Aberto de Cristo, do próprio Amor derramado de Seu Coração, João é batizado, e nele, todos os sacerdotes, recebendo deste Sagrado Coração toda unção Sacerdotal.
Dois mistérios que só são compreendidos à luz do mistério Pascal, por meio do Espírito Santo. Só em Pentecostes, os discípulos compreenderam o que o Senhor lhes havia ordenado na Última Ceia e consumado no Calvário. Foi à luz do Espírito Santo, que os discípulos compreenderam a missão que lhes foi confiada; é o Espirito Santo a memória de Cristo atualizada nos discípulos, que lhes deu o poder de realizar tudo que da parte do Senhor lhes havia sido prometido.
Do mesmo modo, os sacerdotes so poderão compreender e viver este mistério de Amor sob a ação do Espírito Santo. Só por meio do Espírito Santo, que é o Amor divino, que os sacerdotes poderão ser e viver. Foi no Coração Sacerdotal de Jesus, que os sacerdotes foram gerados e formados pelo Espírito Santo; ungidos por Ele; e é por meio d’Ele que devem ser nutridos em sua vida e missão, a fim de que sejam sempre conforme o Único Sacerdote ao qual foram configurados: Jesus Cristo, fazendo-se sempre em tudo submissos ao sacerdócio do qual participam: por querer divino e por amor à humanidade.
E é na Igreja, hoje, o novo Cenáculo, o lugar onde estes dois prodígios se renovam a cada dia, em cada Sta Missa celebrada. A Eucaristia é o memorial da Paixão do Senhor, e ao Sacerdote foi confiado a missão de perpetuá-la até o fim dos tempos, até que o Senhor volte, continuando assim, neste mundo, a Sua missão de Salvação e redenção da humanidade.
Deste modo, o Sacerdote é a manifestaçao viva, sinal preclaro do Amor divino pela humanidade.
Madre Viviane do Sagrado Coração de Jesus.

sábado, 6 de agosto de 2011

ORAÇÂO AO SENHOR BOM JESUS

Ó Senhor Bom Jesus, Divino Padroeiro de nossa cidade, vimos à Vossa Presença para apresentar-Vos nossas homenagens de adoração e ação de graças pelos muitos benefícios com que nos cumulaste, apesar de nossa ingratidão e de nossas infidelidades. Lançai, benegníssimo Jesus, um olhar de misericórdia sobre nossa cidade, concedendo aos seus sacerdotes e fiéis, zelo pela Vossa glória e a salvação das almas; aos pecadores a conversão de sua vida desordenada; aos hereges a luz da verdade; aos devotos a perseverança na Fé e no Vosso santo amor. Pedimos-Vos, ó Jesus amantíssimo, especialmente, que afasteis de nós o veneno do “progressismo”, que sorrateiramente, extenua a santidade de Vossos preceitos e destrói a integridade das verdades que revelastes. Consolai, Senhor de Bondade, os Aflitos; daí aos doentes a resignação nas suas dores, e a todos nós a graça de aceitar com amor e alegria, os desígnos de Vossa vontade Santíssima, qualquer que seja a maneira em que ela manifeste, por mais misteriosa e inexplicável que nos pareça. E daí-nos, ó Divino e Bondoso Jesus, a graça de viver e morrer com esses sentimentos. Nós Vo-lo pedimos pela intercessão de Vossa e nossa Mãe Santíssima, a Puríssima Virgem Maria. Amém.

O essencial é invisível aos olhos

Você já percebeu que o mundo está dominado pelo consumismo, pela vaidade do corpo, pelo amor à vanglória e pela busca do prazer (hedonismo). O importante hoje é a “cultura do corpo”, não mais a do espírito; e esta inversão pôs o homem de cabeça para baixo. Por isso ele está desnorteado, sem norte. As academias de ginástica, os salões de beleza e os consultórios dos cirurgiões plásticos se multiplicam a cada dia, mas os homens e as mulheres continuam infelizes. Falta-lhes algo invisível… A indústria de cosméticos é uma das que mais faturam em todo o mundo.
 O valor maior da pessoa humana é o espírito, a alma criada à imagem do Criador; depois vem o corpo, a bela morada da alma. Se o corpo pesa sobre o espírito, este agoniza e o homem fica aniquilado, frustrado, vazio. Se você bater num tambor cheio d’água, ele não fará barulho; mas se você bater num tambor vazio, vai fazer um barulhão.
 Os homens também são assim, fazem muito barulho quando estão vazios… Se a hierarquia de valores for invertida, a grandeza do homem fica comprometida. Quando você permite que as paixões do corpo sufoquem o espírito, não há mais homem ou uma mulher em você, mas uma “caricatura” de homem ou de mulher.
 O homem do século XX dominou a matéria e a tecnologia, mas lamentavelmente está de cabeça para baixo. É por isso que vimos a matança de dez milhões de irmãos na Primeira Guerra Mundial, o extermínio de cinquenta milhões na Segunda e de mais de cem milhões de vítimas do comunismo na União Soviética e na China.
 Além disso, jovem, saiba de uma realidade muito triste: neste século das maravilhas da tecnologia, não houve um dia sequer sem que houvesse, em algum lugar do planeta, uma guerra. Em nenhum dia deste século XX, que há pouco terminou, a humanidade conheceu cem por cento o gosto da paz!
 Não é à toa, caro jovem, que a nossa geração é a que mais consome antidepressivos e remédios para dormir e necessita cada vez mais de psicólogos e psiquiatras. Não é mais o corpo que está doente; é a alma. E quando o espírito adoece, toda a pessoa fica enferma.
 A cultura do corpo, da glória e do prazer deixa um vazio; porque o homem só pode se satisfazer com aquilo que está acima dele; não com o que está abaixo.
 O prazer, sobretudo, se é imoral, passa e deixa sabor de morte; a alegria, por outro lado, que é a satisfação do espírito, deixa gosto de vida.
 Se você se frustrar no nível biológico, porque tem algum defeito físico, pode sublimar essa frustração e ser feliz se realizando num nível mais alto, o da cultura, o do saber.
 Se você não pode se realizar no nível racional, pode se realizar no nível espiritual, que é o mais elevado, numa relação íntima com Deus. Mas se você desprezar o nível espiritual, não poderá se realizar porque acima deste não há outro no qual você possa buscar a compensação.
 O grande poeta francês Exupèry dizia que “o essencial é invisível aos olhos”. A razão é simples: tudo que é visível e material passa e acaba; o invisível, o espiritual, fica para sempre.
 Você sabe que os todos os seres criados voltam ao seu nada, voltam ao pó da terra. Por quê? Porque a força que os mantém vivos está em cada um, mas não lhes pertence. O poder de ser uma rosa está na rosa, mas não é dela. Quando você vê uma bela flor murchar é como se ela estivesse lhe dizendo: “A beleza estava em mim, mas não me pertencia; Deus a tinha me emprestado”. Da mesma forma, o poder de ser um cavalo está no cavalo, mas não é dele. Se fosse dele, jamais ele morreria. Ele foi criado por Alguém que o mantém vivo. Assim como quando uma bela artista envelhece, e surgem as rugas, ela está dizendo que a beleza estava nela, mas não era propriedade dela.
 Deus disse a Moisés: “Eu Sou Aquele que Sou! Yahweh!” Isso quer dizer: Somente Deus é a fonte da vida, e todos os seres dependem d’Ele para existir. Se você ficar cultivando apenas o seu belo corpo e se esquecer de sua alma, amanhã estará amargurado, pois, do mesmo jeito que a rosa murchou, o seu corpo também envelhecerá; e isso é para todos, de maneira inexorável.
 Por outro lado, quanto mais você viver, tanto mais a alma poderá se tornar bela e jovem, tanto mais o espírito poderá se renovar.
São Paulo expressou muito bem esta mensagem cristã:
 ”É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se de dia para dia [...] Porque não miramos as coisas que se veem, mas sim as que não se veem. Pois as coisas que se veem são temporais e as que não se veem são eternas” (II Cor 4, 16-17).
 Jovem, você não foi criado apenas para esta vida transitória e passageira, na qual tudo fica velho e se acaba. Você foi feito para a eternidade; para uma vida que nunca acaba.
 O jovem fogoso que foi Santo Agostinho, um dia, chegou a esta conclusão: “De que vale viver bem, se não posso viver sempre?”
Para você viver sempre, vai precisar cultivar a sua alma, muito mais do que o seu corpo.
 Uma pergunta intrigante: Se você conhecesse uma mulher que está grávida, e já tem 8 filhos, dos quais 3 são surdos, 2 são cegos, um é retardado mental, e ela tem sífilis, recomendaria que ela fizesse um aborto? Se sua resposta foi “sim”, você teria impedido de nascer e viver o grande gênio da música, o compositor alemão Ludwig van BEETHOVEN (1770-1824).
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por Prof. Felipe de Aquino

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Amy Winehouse

Dom Fernando Arêas Rifan*
A morte da cantora inglesa Amy Winehouse, abalou, mas não surpreendeu o mundo. Abalou por ser morte prematura de uma famosa artista. Não surpreendeu pela sua dependência de álcool e drogas em geral, que, se não vencida, acaba mesmo levando ao óbito. Os jornais falam dos seus vícios em álcool, cocaína, heroína e crack, com diversas passagens pela polícia e por clínicas de reabilitação, sem muito sucesso.
Conforme se sabe, ela engrossa a lista de artistas mortos prematuramente, devido às mesmas causas, tais como os roqueiros Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin, Brian Jones e Kurt Cobain, todos, como ela, mortos aos 27 anos. 
A grande pergunta é: por que pessoas ricas e famosas, que aparentemente tinham tudo, tais como Marilyn Monroe, Elvis Presley, Elis Regina, acabam a vida assim? 
A primeira resposta é que dinheiro e fama não fazem a felicidade. A segunda, com grandes lições para todos, especialmente aos jovens, é o grande perigo que oferecem o álcool e as drogas. A dependência deles é catastrófica.
É preciso mostrar claro aos nossos jovens que esses artistas famosos, neste ponto, não são modelos a serem copiados, não são heróis e heroínas a serem imitados. 
Para responder a essa delicada questão do uso de drogas, a Igreja no Brasil instituiu a Pastoral da Sobriedade, que trata, além do problema das drogas, de qualquer dependência, química ou não, de vícios, manias, compulsões ou pecados, sob o aspecto cristão e a mensagem evangélica. Propõe cinco linhas de ação: 1. Prevenção ao uso de drogas; 2. Intervenção junto a quem experimentou a droga, mas ainda não se tornou dependente dela; 3. Recuperação do dependente químico; 4. Reinserção familiar e social do dependente em sobriedade; 5. Atuação política, com todas as formas de articulação e diálogo. Concretamente, a Pastoral da Sobriedade inicia suas atividades de forma concreta através da abertura do grupo de auto-ajuda da sobriedade nas Paróquias. Além disso, a Pastoral da Sobriedade busca transpor a abstinência da dependência. Pretende atingir o núcleo central do ser humano levando-o a uma mudança radical de vida através de um processo permanente de conversão e compromisso. Aspira integrar seus participantes, agentes e coordenadores nas diversas atividades eclesiais contribuindo para que o Reino de Deus se expanda. Seu lema é: “Buscar a Santidade pela Sobriedade!”. 
Graças a Deus, a Pastoral da Sobriedade tem recuperado milhares de jovens ex-dependentes das drogas, nos vários centros de recuperação espalhados pelo nosso país, mostrando assim que é possível vencer esse terrível vício e que a dependência pode ser controlada, levando a pessoa a uma vida sadia e normal. É claro que entra sempre em ação a graça de Deus, obtida pela oração, a convivência fraterna na caridade, a terapia ocupacional e o apoio da família.
 
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

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