quarta-feira, 25 de julho de 2012

Educar os jovens para a justiça e a paz


Vamos preparar os nossos jovens para a justiça e a paz

Com este tema o Papa Bento XVI deixou-nos uma profunda mensagem para o Dia Mundial da Paz, centrando seu pensamento nos jovens e sua educação. Diante das sombras que pairam sobre o mundo, educar os jovens é a saída e a esperança; mas para isso é preciso formá-los  no conhecimento da verdade e nas virtudes. E o Papa traça o itinerário a ser percorrido: educar os jovens para a compaixão, a solidariedade, a colaboração, a fraternidade, porque a crise que aflige a sociedade, mais do que financeira é uma crise cujas raízes são culturais e humanas.
Como os jovens são o futuro do mundo, então é preciso educá-los na esperança, fazendo-os ter apreço pelo valor da vida, sem medo de formar uma família e serem preparados para ter a capacidade de intervir no mundo da política, da cultura e da economia, contribuindo para a construção de uma sociedade melhor para todos.
O Papa insiste que a Igreja olha para os jovens com esperança, e encoraja-os a procurar a verdade e a defender o bem comum. Para isso é preciso dar-lhes uma educação integral, que não se limite ao corpo e ao intelecto, mas que atinja também a dimensão transcende, a vida espiritual. Ele relembra-nos que a educação é “a aventura mais fascinante e difícil da vida” que significa fazer crescer a pessoa de forma integral sem perder de vista a dimensão moral e espiritual do seu ser e o seu fim último que é Deus e o bem da sociedade.
Para que o jovem seja educado adequadamente, deverá antes de tudo receber na família, onde os pais são os primeiros educadores, as lições das virtudes e aprender a colocar a esperança antes de tudo em Deus. Que cada ambiente educativo seja aberto ao transcendente, e não se perca no materialismo e no consumismo alienante. Que os jovens sejam levados a apreciar e valorizar os irmãos, fugindo do egoísmo vazio. Que as instituições, especialmente o Estado, cooperem com a família e respeite os valores morais e religiosos dos pais, sem intervir neste espaço sagrado. Que os políticos deem aos jovens um exemplo transparente na política, como verdadeiro serviço para o bem de todos, sem politicagem, corrupção, e outros maus exemplos aos jovens. Que os meios de comunicação de massa informem segundo a verdade e a responsabilidade, com ética e respeito. Que se ensine aos jovens fazer uso bom e consciente da liberdade.
Sobre este aspecto da liberdade o Papa insiste na necessidade de educar para a verdade e para a liberdade porque o jovem traz no coração uma sede de infinito, que é também uma sede de verdade plena, capaz de explicar o sentido da vida: ele foi criado à imagem e semelhança de Deus. Não é possível educar o jovem sem leva-lo a reconhecer em si e nos outros a imagem de Deus, e assim ter um profundo respeito por cada ser humano. Sem a relação com Deus o homem não pode compreender o significado da sua liberdade. Sem isso ele se acha um ser absoluto, independente de tudo e de todos, podendo fazer tudo o que quer, acabando por  anular  a verdade sobre si mesmo e perdendo a verdadeira liberdade. Isso leva-o a viver numa terrível prisão fechado dentro do próprio “eu”.
O Papa denuncia em sua mensagem certa cultura moderna, baseada em princípios económicos racionalistas e individualistas, e que desvirtuam o conceito de justiça, separando-o da caridade e da fraternidade. E mais uma vez lembra o perigo do relativismo, que ele tem chamado de uma ditadura, que nada reconhece como definitivo, e que deixa apenas o eu como última medida. Isto gera uma falsa e perigosa liberdade. Dentro de um horizonte relativista como este, não é possível uma verdadeira educação, porque sem a luz da verdade a pessoa está condenada a duvidar da bondade da sua própria vida e da possibilidade de construir com os outros algo em comum.
Por fim o Papa lembra que para os cristãos, Cristo é a nossa verdadeira paz: n’Ele, na sua Cruz. Insiste que não são as ideologias que salvam o mundo – elas geraram muitas mortes –  mas a fé no Deus vivo é que garante a nossa liberdade, o que é bom e verdadeiro.
Aos jovens pede que fujam das “soluções fáceis para problemas difíceis”, como já tinha dito Paulo VI, e que destrói o mundo. Não se iludam com soluções fáceis para resolver os problemas. E que cientes dos seus talentos e potencialidades, nunca se fechem em si mesmos, mas que trabalhem por um mundo melhor para todos.

Fonte: Prof. Felipe Aquino

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