quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Não sou mais Pontífice Sumo da Igreja... sou simplesmente um peregrino que começa a última etapa da sua peregrinação sobre esta terra

 Últimas palavras públicas do Papa Bento XVI em Castel Gandolfo

Roma,

Publicamos a seguir as últimas palavras públicas do Papa Bento XVI, dirigidas as fieis reunidos em Castel Gandolfo, nessa tarde às 18h30, hora local.
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Obrigado!
Obrigado a vós!
Caros amigos, me sinto feliz de estar aqui convosco, rodeado pela beleza do Criado e pela vossa simpatia  que me faz muito bem. Obrigado pela vossa amizade, o vosso afeto.
Sabeis que este meu dia é diferente dos anteriores: não sou mais Pontífice Sumo da Igreja católica: até às oito da tarde o serei ainda, depois não mais. Sou simplesmente um peregrino que começa a última etapa da sua peregrinação sobre esta terra. Mas ainda gostaria ... [aplausos – obrigado!] mas gostaria ainda com o meu coração, com o meu amor, com a minha oração, com a minha reflexão, com todas as minhas forças interiores, trabalhar para o bem comum e o bem da Igreja e da humanidade. E me sinto muito apoiado pela vossa simpatia. Vamos pra frente com o Senhor para o bem da Igreja e do mundo. Obrigado, vos dou agora [aplausos]... com todo o coração a minha benção. Seja bendito Deus Onipotente, Pai e Filho e Espírito Santo. Obrigado, Boa noite! Obrigado a vós todos!




Ao Santo Padre nossa gratidão, no amor filial e nossas orações! 
Benedictus qui venit in nomine Domini 

 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Os últimos aplausos da multidão a Bento XVI

 Muita emoção entre os fiéis na Praça de São Pedro para a audiência geral de despedida do Santo Padre

Emocionante. Não há outra palavra para descrever a atmosfera antes da audiência de Bento XVI na manhã de hoje: a última do seu pontificado.

Como esperado, a multidão de fiéis de todas as partes da Itália e do mundo encheu a Praça de São Pedro. Já às 7h30 da manhã as filas acompanhavam os dois lados da colunata, com os peregrinos de bilhete em mãos, ansiosos para entrar e encontrar o melhor lugar.
A partir das 9h, todos os setores disponíveis estavam ocupados. Em meio ao mar de cabeças, cores, braços levantados, elevavam-se cartazes em homenagem ao Santo Padre. "Adeus, Santo Padre", despediam-se alguns do papa alemão; outros preferiam desejar um "até breve" ou até mesmo pedir um "fique!".
Todos vieram ver o papa Bento antes que se ele "se esconda do mundo": movimentos e associações, acompanhadas pelos seus presidentes e representantes; paróquias inteiras, freiras, seminaristas, padres e, claro, cardeais e bispos ao lado direito do papa.
Faltam poucos minutos para a chegada do pontífice. Valha o clichê habitual sobre as grandes ocasiões: a multidão, realmente, ferve. Cada um procura um lugar algum centímetro mais para a frente quando a Guarda Suíça e os responsáveis ​​pela segurança informam que o Santo Padre vai passar de papamóvel pelo meio do povo, por ambos os lados da praça.
Todas as cabeças já estão viradas para a porta de onde o papa vai sair. Já ecoa o coro habitual de "Viva o papa!", em várias línguas, e de "Benedetto!", da boca de italianos e de estrangeiros que se juntam aos seus cantos. Os guardas suíços se posicionam nas laterais do palco do papa: um prolongado aplauso explode na multidão.
A atmosfera é solene; parece lembrar, em alguns aspectos, uma Jornada Mundial da Juventude, ou talvez uma versão simplificada da cerimônia de beatificação de João Paulo II. No entanto, é "apenas" uma audiência de quarta-feira. É a mesma audiência "normal" que Bento XVI ofereceu toda semana, e que alguns acompanhavam distraídos ou apenas para criticar as suas palavras, sempre cheias de verdade.
Mas o gesto histórico do papa atraiu agora as atenções de todos. Se alguém ainda duvidava da grandeza intelectual e espiritual deste pontífice, hoje a vê claramente confirmada.
A multidão é a prova. Nos últimos instantes antes da entrada do Santo Padre, calam-se todos os gritos, aplausos e até cochichos, para ouvir muito bem o que Bento XVI vai dizer; para que as palavras do papa entrem não apenas pelos ouvidos, mas principalmente pelo coração.

Papa Bento XVI faz discurso em português e agradece apoio



Fonte: Zenit

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ratzinger continuará Sua Santidade Bento XVI

Usará batina branca, simples e não mais os sapatos vermelhos

Roma,  
 
Ratzinger continuará a ser chamado de Sua Santidade Bento XVI. E pela primeira vez na história haverá um Papa Emérito ou Romano Pontífice Emérito. Informou o porta voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, nesta manhã de quarta-feira, 26 de fevereiro, durante coletiva de imprensa.

Bento XVI usará batina branca, simples e sem o mantelete que cobre os ombros. Os sapatos não serão mais os vermelhos. “O Papa ficou muito satisfeito com os sapatos que lhe presentearam no México, em Leon”, disse Pe. Lombardi.
O anel do pescador bem como o selo de chumbo do pontificado deverá ser inutilizado pelo Camerlengo conforme prevê a Constituição Universi Domici Gregis.
Padre Lombardi explicou que ao iniciar o período de Sé Vacante, o decano dos cardeais, D. Angelo Sodano, vai enviar aos cardeais uma carta de convocação para as Congregações gerais. Os trabalhos poderão começar na segunda-feira 04 de março. Durante as Congregações será determinada a data de início do Conclave.
Os cardeais que estarão em Roma durante o período das Congregações podem se hospedar onde preferirem. Ao se aproximar o Conclave eles irão para a Domus Santa Marta, no Vaticano. O número e a localização dos quartos dos cardeais serão sorteados durante as Congregações gerais. 


Quinta-feira, último dia de Pontificado, após as honras de um piquete da Guarda Suíça e algumas saudações, Bento XVI parte para Castel Gandolfo

O Papa transcorrerá o dia de hoje em oração e preparação para a sua transferência a Castel Gandolfo. Informou o porta voz do Vaticano, padre Federico Lombardi. 


Para a Audiência Geral de quarta-feira, foram distribuídos 50 mil bilhetes. Esta ocorrerá da forma habitual, exceto o “beija-mão”, que será feito na Sala Clementina, para algumas autoridades presentes em Roma, como o Presidente da Eslováquia e o Presidente da região alemã da Baviera. 
Dia 28 de fevereiro, último dia do Pontificado, às 11h, Bento XVI se despede dos Cardeais. Às 16h55 (hora local), no pátio de São Dâmaso, recebe as honras de um piquete da Guarda Suíça. Depois, saúda o Secretário de estado, Cardeal Tarcisio Bertone e outros membros do Dicastério.  No heliporto Bento XVI recebe a saudação do Cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio de Cardeais.
Na chegada do helicóptero em Castel Gandolfo, às 17:15, será acolhido pelo cardeal Giuseppe Bertello, Presidente, e dom Giuseppe Sciacca, Secretário, do governo do Estado da Cidade do Vaticano, pelo Bispo da diocese de Albano , dom Marcello Semeraro e pelas autoridades civis da cidade.
Da varanda do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, Bento XVI irá saudar aqueles que estiverem ali para cumprimentá-lo.
Às 20:00 começa a Sede Vacante. A Guarda Suíça que presta serviço em Castel Gandolfo, cessará o serviço, porque é um órgão dedicado ao cuidado do Romano Pontífice. A segurança do Papa Emérito estará a cargo da Gendarmaria do Vaticano.
O momento em que o Papa deixará o Vaticano, em helicóptero, rumo à residência de Castel Gandofo, poderá ser acompanhado no site da RV: www.radiovaticano.va, através do link “Vatican Player”.



Fonte: (Zenit.org)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Jovens lançam site de oração pelo conclave

Adote um cardeal eleitor nas suas orações

 

Daqui a alguns dias, a Igreja terá um novo papa, que será eleito por um conclave, composto por cardeais do mundo inteiro. Pensando em cada cardeal e seguindo as palavras do Santo Padre, de rezar pela Igreja e pelo conclave, cinco jovens de Brasília criaram uma proposta: interceder pelos nossos cardeais que participarão do conclave, aproveitando o chamado à oração e à penitência durante a quaresma. Essa é a ideia da campanha internacional “Unidos ao conclave”.
A campanha, lançada neste domingo (24), funciona de uma forma simples: o jovem acessa o site (www.1conclave.com), faz seu cadastro, recebe um login e uma senha por email, acessa novamente a página e, aleatoriamente, o sistema escolhe um cardeal participante do conclave. Logado, cada jovem poderá atualizar diariamente a quantidade de orações dedicadas ao cardeal. Próximo à data definida para o envio a Roma, a campanha será encerrada. Cada cardeal receberá um cartão, em que verá o número de missas, terços, adorações, jejuns, obras de caridade e  sacríficios oferecidos pelos jovens do mundo todo para ele – o cardeal saberá, também, o nome, o sobrenome e o país de cada jovem que participou da campanha.
Guilherme Cadoiss, de Anápolis (GO), foi apresentado ao site pela namorada. Ele está rezando pelo cardeal Olorunfemi Onaiyekan, da Nigéria. Guilherme diz que utilizar um meio lúdico para estimular a oração foi uma excelente ideia, pelo fato de não apenas convidar o jovem a interceder pelo conclave, mas também poder interagir com ele. Para ele, o jovem compreende melhor que faz parte da realidade eclesial. “É como participar do conclave”, afirma.
De acordo com Ari Ferreira, organizador do site, a ideia da campanha é a estimular a oração em preparação ao Conclave, especialmente no período quaresmal; fortalecer a intercessão jovem para a escolha do sucessor de São Pedro;
mostrar que, independente da nacionalidade, idade e personalidade do novo Papa, a juventude se une a ele na próxima Jornada. Ele afirma que a campanha também tem vantagens, como “conhecer e amar um membro do colégio cardinalício” e “fortalecer no universo juvenil a certeza de que somos membros de um mesmo Corpo, cuja cabeça é Cristo, independente da idade, nacionalidade, sexo e carismas”.
De acordo com dados do próprio site, já foram oferecidos mais de 40 mil Pai-Nossos, mais de 76 mil Ave-Marias, quase 32 mil missas, quase 20 mil jejuns, mais de 35 mil terços e mais de 24 mil horas de adorações.

Por Felipe Rodrigues
Jovens Conectados

 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Último Angelus de Bento XVI: "O Senhor me pede para subir o monte"


Meditando no Evangelho da Transfiguração, o Pontífice explica que a própria renúncia não significa "abandonar a Igreja", mas serví-la "com uma dedicação mais adequada às minhas forças"

Cidade do Vaticano,

Às 12h horas de hoje o Santo Padre Bento XVI saiu pela janela do seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano para rezar o Angelus com os fieis e os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. Publicamos a seguir as palavras do Papa antes da oração mariana.
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Queridos irmãos e irmãs!
No segundo domingo da Quaresma, a liturgia sempre nos apresenta o Evangelho da Transfiguração do Senhor. O evangelista Lucas coloca especial atenção no fato de que Jesus foi transfigurado enquanto orava: a sua é uma profunda experiência de relacionamento com o Pai durante uma espécie de retiro espiritual que Jesus vive em um alto monte na companhia de Pedro, Tiago e João , os três discípulos sempre presentes nos momentos da manifestação divina do Mestre (Lc 5,10; 8,51; 9,28). O Senhor, que pouco antes havia predito a sua morte e ressurreição (9,22), oferece a seus discípulos uma antecipação da sua glória. E também na Transfiguração, como no batismo, ouvimos a voz do Pai Celestial: "Este é o meu filho, o eleito; ouvi-o" (9, 35). A presença de Moisés e Elias, representando a Lei e os Profetas da Antiga Aliança, é muito significativa: toda a história da Aliança está focada Nele, o Cristo, que faz um novo "êxodo" (9,31) , não para a terra prometida, como no tempo de Moisés, mas para o céu. A intervenção de Pedro: "Mestre, é bom para nós estarmos aqui" (9,33) representa a tentativa impossível de parar esta experiência mística. Santo Agostinho diz: "[Pedro] ... no monte... tinha Cristo como alimento da alma. Por que deveria descer para voltar aos trabalhos e dores, enquanto lá encima estava cheio de sentimentos de santo amor por Deus e que inspiravam-lhe uma santa conduta? "(Sermão 78,3).
Meditando sobre esta passagem do Evangelho, podemos tirar um ensinamento muito importante. Primeiro, o primado da oração, sem a qual todo o trabalho do apostolado e da caridade é reduzido ao ativismo. Na Quaresma aprendemos a dar o justo tempo à oração, pessoal e comunitária, que dá fôlego à nossa vida espiritual. Além disso, a oração não é um isolar-se do mundo e das suas contradições, como Pedro quis fazer no Tabor, mas a oração traz de volta para o caminho, para a ação. "A existência cristã - escrevi na Mensagem para esta Quaresma – consiste num contínuo subir o monte do encontro com Deus, para depois descer trazendo o amor e a força que provém dele, a fim de servir os nossos irmãos e irmãs com o mesmo amor de Deus "(n. 3).
Queridos irmãos e irmãs, sinto essa Palavra de Deus especialmente dirigida a mim, neste momento da minha vida. O Senhor me chama para “subir o monte”, para me dedicar ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja, pelo contrário, se Deus me pede isso é para que eu a possa continuar servindo com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual fiz até hoje, mas de um modo mais adequado à minha idade e às minhas forças. Invoquemos a intercessão da Virgem Maria: que ela sempre nos ajude a seguir o Senhor Jesus, na oração e nas obras de caridade.
[Depois da oração do Angelus o Santo Padre dirigiu estas palavras aos peregrinos de língua portuguesa:]
Queridos peregrinos de língua portuguesa que viestes rezar comigo o Angelus: obrigado pela vossa presença e todas as manifestações de afeto e solidariedade, em particular pelas orações com que me estais acompanhando nestes dias. Que o bom Deus vos cumule de todas as bênçãos.

Fonte: (Zenit.org

Fotos:


sábado, 23 de fevereiro de 2013

Reze o Terço da Misericórdia


O coração de Jesus se move de compaixão por cada um de nós. É d’Ele que jorra uma fonte inesgotável de graças. Quando recordamos a Paixão e a Morte de Jesus na cruz, mergulhamos num mar infinito de misericórdia e percebemos que do coração aberto de Jesus emana a vida e nos sentimos renovados. Nas aparições de Jesus a Irmã Faustina, Ele nos fala:
"Às três horas da tarde implora à minha Misericórdia, especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta é a hora da grande Misericórdia para o mundo inteiro. Nessa hora não negarei nada à alma que me pedir em nome da minha Paixão" (Diário, n. 1320).
O Terço da Misericórdia vem sendo rezado em muitos lugares. Tem se tornado canal de graças para muitas pessoas. É forma de intercessão eficaz, agindo como uma extensão do Sacrário Eucarístico e levando-nos a refletir sobre a presença real de Jesus na Eucaristia.

O Senhor promete a Irmã Faustina que: “As almas que rezam o Terço da Misericórdia terão a sua vida envolvida pela Sua misericórdia especialmente na hora da morte”


Jesus, eu confio em Vós!

Aprenda a rezar o terço da misericórdia:
Pai-Nosso...
Ave-Maria...
Creio...
Nas contas do Pai-Nosso, reza-se:
Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro.
Nas contas das Ave-Marias, reza-se:
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro. (10 vezes)
Ao final do terço, reza-se:
Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

POR TRÁS DA RENÚNCIA...



           A Igreja é repleta de mistérios, sendo ela mesma um mistério, como um sacramento, no qual uma coisa é o que aparece, outra é o que realmente é. E a Igreja, à semelhança de seu Divino Fundador, tem sua parte divina e humana. Divina na sua instituição, doutrina e graça salvífica que nos transmite, e humana nos seus membros, muitas vezes pecadores, ela “é ao mesmo tempo santa e sempre necessitada de purificação” (L.G. 8).
            Pessoas nem sempre imbuídas de espírito de Fé especulam os problemas da Igreja católica, demasiadamente focados na sua parte humana, organizacional e estrutural, esquecendo-se da parte divina, muito mais importante, e a presença nela do seu Fundador, que a assiste através do Divino Espírito Santo. Mas, há já dois mil anos, ela “continua o seu peregrinar entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus” (L.G. 8).
            Mas afinal o que há por trás da renúncia de Bento XVI. Além dos motivos visíveis, apontados pelo próprio Papa – “forças já não idôneas, vigor do corpo e do espírito, devido à idade avançada” – existem outros fatores ocultos. Todos estão curiosos e eu vou lhes revelar o que realmente está por detrás dessa atitude do Papa.
            Só é capaz de renunciar a esse cargo de tal importância e influência quem, olhando muito além das perspectivas humanas, tem uma profunda Fé em Deus, na divindade da sua Igreja e na assistência daquele do qual o Papa é o representante na terra: “confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo” (Bento XVI).
            E como a Fé é a base da Esperança e da confiança, por trás dessa renúncia há uma sublime confiança em Deus: a barca de Pedro não soçobrará nas ondas desse mar tempestuoso, nem depende de nós para isso: “as forças do Inferno não poderão vencê-la” (Mt 16, 18).
Por trás dessa renúncia, vemos um grande amor a Deus e à sua Igreja: “uma decisão de grande importância para a vida da Igreja”, como disse ele.  
Um grande desapego do alto cargo e influente posição, declarando-se apenas um humilde servidor, uma profunda humildade, não se julgando necessário e reconhecendo a própria fraqueza e incapacidade, de corpo e de espírito, para exercer adequadamente o ministério petrino, e ao pedir perdão – “peço perdão por todos os meus defeitos”.
Ao lado do heroísmo do Beato João Paulo II de levar o sofrimento pessoal até o fim, temos o grande heroísmo de Bento XVI de renunciar por amor à Igreja, para evitar qualquer sofrimento para ela. No começo da Igreja, no tempo das perseguições, houve cristãos que resolveram ficar onde estavam e enfrentar o martírio. Exemplo de fortaleza. Houve outros cristãos, que temendo a perseguição e a própria perseverança, acharam melhor fugir da perseguição e se refugiar no deserto, para rezar e fazer penitência, longe do mundo. Exemplo de humildade. Houve santos de ambas as posturas, os que enfrentaram e os que se retiraram. Heroísmo de fortaleza e heroísmo de humildade, frutos da Fé. A Igreja é feita de heróis da Fé!
  
   Dom Fernando Arêas Rifan
                           Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Nas tentações o que está em jogo é a fé, porque está em jogo Deus.

As palavras de Bento XVI no I Domingo da Quaresma

Cidade do Vaticano, 17 de Fevereiro de 2013 
Queridos irmãos e irmãs!
Na última quarta-feira, com o tradicional Rito das Cinzas, entramos na Quaresma, tempo de conversão e penitência em preparação para a Páscoa. A Igreja, que é mãe e mestra, chama todos os seus membros a renovar-se no espírito, a reorientar-se decididamente para Deus, renegando o orgulho e o egoísmo para viver no amor. Neste Ano da Fé a Quaresma é um tempo propício para redescobrir a fé em Deus como critério-base da nossa vida e da vida da Igreja. Isso comporta sempre uma luta, um combate espiritual, porque o espírito do mal naturalmente se opõe à nossa santificação e busca fazer-nos desviar do caminho de Deus. Por isso, no primeiro domingo da Quaresma, todos os anos é proclamado o Evangelho das tentações de Jesus no deserto.
Jesus, de fato, depois de receber a "investidura" de Messias - "ungido" de Espírito Santo - no Batismo no Jordão, foi conduzido pelo mesmo Espírito no deserto para ser tentado pelo diabo. Ao iniciar o seu ministério público, Jesus teve que desmascarar e repelir as falsas imagens de Messias que o tentador lhe propunha. Mas essas tentações são também falsas imagens do homem, que em todos os momentos insidiam a consciência, trasvestindo-se de propostas convenientes e eficazes, ou até mesmo boas. Os evangelistas Mateus e Lucas apresentam três tentações de Jesus, diversificando-as apenas na ordem. O núcleo central consiste em instrumentalizar Deus para os próprios interesses, dando mais importância ao sucesso ou aos bens materiais. O tentador é astuto: não impele diretamente em direção ao mal, mas a um falso bem, fazendo crer que as verdadeiras realidades são o poder e aquilo satisfaz as necessidades primárias. Dessa forma, Deus torna-se secundário, reduz-se a um meio, torna-se definitivamente irreal, não importa mais, desvanece. Em última análise, nas tentações o que está em jogo é a fé, porque está em jogo Deus. Nos momentos decisivos da vida, mas, vendo bem, a qualquer momento, estamos numa encruzilhada: queremos seguir o eu ou Deus? O interesse individual ou o que realmente é bem?
Como nos ensinam os Padres da Igreja, as tentações fazem parte da "descida" de Jesus à nossa condição humana, ao abismo do pecado e das suas consequências. Uma "descida" que Jesus percorreu até o fim, até a morte de cruz, até os infernos do extremo distanciamento de Deus. Desse modo, Ele é a mão que Deus estendeu ao homem, à ovelha perdida, para reconduzi-la a salvo. Como ensina Santo Agostinho, Jesus tirou de nós a tentação, para nos dar a vitória (cf. Enarr  Psalmos em, 60,3:. PL 36, 724). Portanto, também nós não tememos enfrentar o combate contra o espírito do mal: o importante é que o façamos com Ele, com Cristo, o Vencedor. E para estar com Ele voltemo-nos para a Mãe, Maria: Invoquemos com confiança filial na hora da provação, e ela nos fará sentir a potente presença de seu Filho divino, para repelir as tentações com a Palavra de Cristo, e assim recolocar Deus no centro da nossa vida.
(Após o Angelus)
Obrigado a todos!
Um caloroso saúdo aos peregrinos de língua italiana. Obrigado a todos! Obrigado por virem tão numerosos! Obrigado! A presença de vocês é um sinal do afeto e da proximidade espiritual que vocês estão me manifestando nestes dias. Saúdo, em particular, a administração de Roma Capital, conduzida pelo prefeito, e com ele saúdo e agradeço a todos os habitantes dessa amada Cidade de Roma. Saúdo os fiéis da diocese de Verona, de Nettuno, de Massanninziata e da paroqeuia romana de Santa Maria Janua Coeli, como também os jovens de Seregni e Brescia.
A todos auguro um bom domingo e um bom caminho de Quaresma. Esta tarde inicia a semana de exercícios espirituais: continuemos unidos na oração. Boa semana a todos. Obrigado!

Fonte: (Zenit.org)


150 mil fiéis lotaram a praça São Pedro neste domingo, 17/02, para participarem do penúltimo Angelus com o Papa Bento XVI. Com cartazes e faixas, os peregrinos vindos de vários países agradeceram ao Santo Padre pelos anos de pontificado. Após a tradicional mensagem do pontífice, os católicos gritaram “Vida longa ao Papa”, expressando o seu afeto por Bento XVI. Uma inglesa protestante chamada Rebecca, presente na cerimônia como turista, disse aos repórteres que a entrevistaram: “não entendo nada, mas é incrível, foi incrível, não vi nem vivi nada igual”.

 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A JUVENTUDE SE DIVERTE...

 
 Terminado o Carnaval, cabe alguma reflexão sobre as diversões. O Carnaval se tornou uma festa totalmente profana e nada edificante. Ao lado de desfiles deslumbrantes das escolas de samba, com todo o seu requinte, fantasias fascinantes, exposição de luxo, vaidade e também despudor, presencia-se uma verdadeira bacanal de embriaguez, orgias e festas mundanas, onde se pensa que tudo é permitido. Infelizmente, há muito tempo que o Carnaval deixou de ser apenas um folguedo popular, uma festa quase inocente, uma diversão até certo ponto sadia.
            Segundo uma teoria, a origem da palavra “carnaval” vem do latim “carne vale”, “adeus à carne”, pois no dia seguinte começava o período da Quaresma, tempo em que os cristãos se abstêm de comer carne, por penitência. Daí que, ao se despedirem da carne na terça-feira que antecede a Quarta-Feira de Cinzas, se fazia uma boa refeição, comendo carne evidentemente, e a ela davam adeus. Tudo isso, só explicável no ambiente cristão, deu origem a uma festa nada cristã. Vê-se como o sagrado e o profano estão bem próximos, e este pode contaminar aquele. Como hoje acontece com as festas religiosas, quando o profano que nasce em torno do sagrado, acaba abafando-o e profanando. Isso ocorre até no Natal e nas festas dos padroeiros das cidades e vilas. O acessório ocupa o lugar do principal, que fica prejudicado, esquecido e profanado.
Comovidos e chocados, choramos os jovens da boate de Santa Maria, rezamos por eles e lamentamos as graves negligências que causaram o desastre. Mas cabe uma reflexão de caráter geral: nos noticiários após a tragédia, pôde-se conhecer a imensa quantidade de boates ou casas noturnas que pululam nas cidades e como milhares de jovens as frequentam. E, segundo o testemunho deles, tomam bebidas alcoólicas antes, durante e depois das baladas, sem falar em outras drogas que aparecem nesses ambientes. Assim fica muito difícil ter bons reflexos em situações de perigo. Sexo, bebidas, drogas etc.: é só assim que se divertem nossos jovens? É dessa maneira que teremos uma juventude responsável, sadia, honesta e feliz, da qual virá o futuro? É só no pecado que conseguem se alegrar? É uma boa reflexão para a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é “Fraternidade e Juventude”, que coincide com a Quaresma.
É claro que existe uma diversão sadia. São Francisco de Sales reflete: “A necessidade dum divertimento honesto, para dar certa expansão ao espírito e alívio ao corpo, é universalmente reconhecida... Muito defeituosa é aquela severidade de alguns espíritos rudes, que nunca querem permitir um pouco de repouso nem para si nem para os outros”. Mas ele recomenda a modéstia e a temperança nas diversões, guardando sempre o coração longe do pecado. E completava: “O barulho não faz bem e o bem não faz barulho”.
            Por isso, durante o Carnaval, os cristãos mais conscientes preferem se retirar do tumulto e se entregar ao recolhimento e à oração. Uma boa preparação para a Quaresma, tempo de penitência e oração, pelos jovens e pela Igreja, sobretudo depois da triste notícia da próxima renúncia do Papa. 

Dom Fernando Arêas Rifan

 Bispo da Administração Apostólica Pessoal  São João Maria Vianney

sábado, 16 de fevereiro de 2013

"Quem crê nunca está sozinho!"

Padre Paulo Ricardo
Nesta última semana a Jornada Mundial da Juventude, e todos os jovens que irão participar dela, se sentiram, por um instante, órfãos com a renúncia do Papa Bento XVI. Algo que aconteceu também após o falecimento de João Paulo II às vésperas da JMJ de Colônia, na Alemanha.

Mas esse sentimento é passageiro, pois o que realmente deve ficar em nosso coração é a coragem de Bento XVI ao renunciar ao trono do sucessor de Pedro pelo bem maior da Igreja.

Precisamos ter em vista a providência Divina que escolheu o Brasil como o primeiro país a ser visitado pelo novo papa. Essa é uma graça incrível e precisamos ter o coração aberto e receptivo para tudo que iremos viver em alguns meses.

É fantástica a sincronia de Deus! E eu recordava nesses dias algo que experimentei no Rio de Janeiro, ao lado do saudoso arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eugenio Sales. Sempre que a seleção brasileira jogava ele assistia ao jogo em sua residência no Alto do Sumaré, mas ele tinha mania de assistir sozinho, em virtude da sua ansiedade.

Sempre que o Brasil fazia um gol ele correria para a sacada só para ouvir a cidade do Rio de Janeiro comemorando. Era impressionante ouvir tantas vozes naquele local tão alto e que parecia ser tão distante.

Eu disse isso para você entender o que significa rezar junto aos santos. Se você rezar sozinho talvez não veja muitos resultados, mas se unir suas orações junto com as orações de toda a Igreja, com certeza grandes coisas acontecerão. Assim como era possível ouvir àquelas vozes no Alto do Sumaré.

Por este motivo, eu convido todos vocês a rezar durante esta Quaresma pela eleição no novo sucessor de Pedro e pela Jornada Mundial da Juventude.

O próprio diabo enxerga o perigo, para ele, que é o Santo Padre se reunir com a juventude do mundo, pois ele compreende a importância da figura paterna do papa em nossa vida.

Talvez você esteja se perguntando: “Mas por que eu devo rezar pelos jovens se isso já é desejo d'Ele?”. De fato Ele realmente quer a salvação de todos nós, inclusive dos jovens, mas Ele quer salvar jovens através de outros jovens. Na JMJ os jovens mais próximos deles serão vocês voluntários.  


"Quem crê nunca está sozinho." diz Padre Paulo Ricardo

A sua oração é amar e pode ser o instrumento salvador da vida de muitos jovens. Amar alguém significa querer que ela vá para mais perto de Deus e encontre n'Ele a sua morada eterna.

Segundo o papa Bento XVI, “quem crê nunca está sozinho”, independente da situação que se encontre hoje. Tudo isso acontecer porque estamos em unidade com os anjos e santos intercedendo por todos aqueles que, neste momento, precisam ser alcançados por essa orações.

Precisamos revigorar a nossa fé na alegria de ser católico e saber que temos um pai, o Santo Padre. O papa renunciou no dia de Nossa Senhora de Lourdes e, com certeza, neste dia, ele confiou tudo a ela, acreditando que a Igreja estará bem assistida em suas mãos.

A Virgem Maria, sem dúvida, também estará presente no Conclave, assim como o Espírito Santo e todos os cardeais, zelando pela Igreja e pelo futuro sucessor de Pedro. Toda escolha de Deus é uma vocação e implica desafios. Dessa vez, a escolha de Deus é um convite: “Jovens brasileiros, vivam a Quaresma com os joelhos no chão, pois muitas graças serão derramadas durante a Jornada Mundial da Juventude”. 


Fonte: Acampamento JMJ Voluntários - CN

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

JMJ Rio 2013, o sonho de um coração jovem

O coração dos jovens de diferentes partes do mundo começa a palpitar diante do maior acontecimento que viverá a Igreja juvenil neste ano: a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.
Todas as comunidades e paróquias têm experimentado, há alguns meses, o impulso e a alegria de milhões de jovens que decidiram estar presente – com tudo o que isso significa – neste evento da fé.
Assistir à JMJ significa para muitos um desafio.  “O que me impulsiona a ir [ ao evento] é a sede de Deus, por isso não há limites que me impeçam de chegar a Ele e compartilhar esse momento com tantos outros irmãos de todo o mundo”, diz Luján Rodriguez (Província de Corrientes, Argentina), que participará pela primeira vez de uma Jornada.
Viver uma Jornada é experimentar o carinho da Igreja para com os jovens. É reviver a cena, na qual Jesus, caminhando, olha para Seus discípulos amando-os, em primeiro lugar, e chamando-os: “Vão e façam discípulos em todas as nações”. Esse é o chamado!
Um gesto que me emocionou muito foi o momento de adoração ao Santísimo, quando o Papa, de joelhos diante de Jesus, pedia por nosso coração e nos entregava ao coração de Jesus. Isso me deixou estremecida até os ossos” testemunha Gabriela Rodriguez (Província de Corrientes, Argentina), participante da JMJ Madri 2011 com Bento XVI.
Essa jovem, como tantos outros, guarda em seu coração os mistérios do Santo Rosário rezados em todos os idiomas, os momentos de calor e de chuva, as palavras de Bento XVI “pedindo-nos que sejamos boas testemunhas”.
Minha expectativa para a próxima JMJ RIO 2013 é que mais jovens possam viver o mesmo que eu vivi. Que o mundo se inteire da alegria que há na vida de um cristão comprometido, amado e cuidado por Deus”, compartilha a jovem argentina, que já se mostra entusiasmada por participar da próxima Jornada.
Sem dúvidas, a presença do novo Pontífice fará, desta JMJ, um evento especial.
Para que você também se contagie da alegria que antecede todo o evento, segue um vídeo dos jovens que estarão no Brasil em julho.

 

Fonte: CN

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Superar a tentação de submeter Deus a si e aos próprios interesses

"Me sustenta e me ilumina a certeza de que a Igreja é de Cristo"

Discurso improvisado pelo Papa antes da catequese da quarta-feira

Acolhido pelos aplausos e pela emoção dos fieis presentes na Sala Paulo VI, o Papa Bento XVI pronunciou, antes de começar a tradicional catequese da quarta-feira hoje, o seguinte discurso improvisado.
***
"Queridos irmãos e irmãs,
Como vocês sabem, decidi [aplausos]... Obrigado pela sua simpatia, decidi renunciar ao ministério que o Senhor me confiou no dia 19 de abril de 2005. Fiz isso com plena liberdade para o bem da Igreja, depois de ter rezado bastante e de ter examinado diante de Deus a minha consciência, bem consciente da gravidade de tal ato, mas bem consciente de não estar mais em condições de exercer o ministério petrino com aquela força que se requer. Me apoia e me ilumina a certeza de que a Igreja é de Cristo, o qual não a deixará nunca sem o seu guia e cuidado. Agradeço a todos pelo amor e a oração com que me acompanham. Obrigado, senti quase que fisicamente nestes dias, não fáceis para mim, a força da oração que o amor da Igreja, a oração de vocês, me traz. Continuem a rezar por mim, pela Igreja, pelo futuro Papa, que nos guiará”.

Superar a tentação de submeter Deus a si e aos próprios interesses 

Cidade do Vaticano, 13 de Fevereiro de 2013

Queridos irmãos e irmãs,
Hoje, Quarta-feira de Cinzas, iniciamos o tempo litúrgico da Quaresma, quarenta dias que nos preparam para a celebração da Santa Páscoa; é um tempo de particular empenho em nosso caminho espiritual. O número quarenta aparece várias vezes na Sagrada Escritura. Em particular, como se sabe, recorda os quarenta anos no qual o povo de Israel peregrinou no deserto: um longo período de formação para transformar o povo de Deus, mas também um longo período em que a tentação de ser infiel à aliança com Deus estava sempre presente. Quarenta foram também os dias de caminhada do profeta Elias para chegar ao Monte de Deus, Horeb; bem como o tempoem que Jesuspassou no deserto antes de iniciar a sua vida pública e onde foi tentado pelo diabo. Na catequese de hoje gostaria de deter-me neste momento da vida terrena do Senhor, que leremos no Evangelho do próximo domingo.
Antes de tudo, o deserto, para onde Jesus se retira, é o lugar do silêncio, da pobreza, onde o homem é privado dos apoios materiais e se encontra diante das questões fundamentais da existência, é convidado a ir ao essencial e por isto lhe é mais fácil encontrar a Deus. Mas o deserto é também o lugar de morte, porque onde não tem água, não tem vida, é o lugar da solidão, onde o homem sente mais intensamente a tentação. Jesus vai para o deserto e lá é tentado a deixar o caminho indicado pelo Pai para seguir outros caminhos mais fáceis e mundanos (cf. Lc 4,1-13). Assim, Ele assume as nossas tentações, leva consigo a nossa miséria, para vencer o maligno e para abrir-nos o caminho para Deus, o caminho da conversão.
Refletir sobre as tentações sofridas por Jesus no deserto é um convite para cada um de nós a responder uma pergunta fundamental: o que é realmente importante na minha vida? Na primeira tentação o diabo propõe a Jesus transformar uma pedra em pão para acabar com a fome. Jesus responde que o homem vive também de pão, mas não somente de pão: sem uma resposta à fome da verdade, à fome de Deus, o homem não pode ser salvo (cf. vv 3-4.). Na segunda tentação, o diabo propõe a Jesus o caminho do poder: o conduz ao alto e lhe oferece o domínio sobre o mundo; mas este não é o caminho de Deus: Jesus tem muito claro que não é o poder mundano que salva o mundo, mas o poder da cruz, da humildade, do amor (cf. vv. 5-8). Na terceira tentação, o diabo propõe a Jesus atirar-se do ponto mais alto do Templo de Jerusalém e fazer-se salvar por Deus mediante seus anjos, isto é, de fazer algo de sensacional para colocar à prova o próprio Deus; mas a resposta é que Deus não é um objeto ao qual impor as nossas condições: é o Senhor de tudo (cf. vv 9-12.). Qual é o núcleo das três tentações que Jesus sofre? É a proposta de manipular a Deus, de usá-Lo para os próprios interesses, para a própria glória e para o próprio sucesso. Então, essencialmente, de colocar a si mesmo no lugar de Deus, retirando-O da própria existência e fazendo-O parecer supérfluo. Cada um deveria perguntar-se: qual é o lugar de Deus na minha vida? É Ele é o Senhor ou sou eu?
Superar a tentação de submeter Deus a si e aos próprios interesses ou colocá-Lo em um canto e converter-se à ordem correta de prioridade, dar a Deus o primeiro lugar, é um caminho que todo cristão deve percorrer sempre de novo. “Converter-se", um convite que escutamos muitas vezes na Quaresma, significa seguir Jesus de modo que o seu Evangelho seja guia concreto da vida; significa deixar que Deus nos transforme, parar de pensar que somos os únicos construtores da nossa existência; é reconhecer que somos criaturas, que dependemos de Deus, do seu amor, e apenas "perdendo" a nossa vida Nele podemos ganhá-la. Isto exige trabalhar as nossas escolhas à luz da Palavra de Deus. Hoje não se pode mais ser cristão como uma simples consequência do fato de  viver em uma sociedade que tem raízes cristãs: mesmo quem nasce de uma família cristã, é educado religiosamente deve, a cada dia, renovar a escolha de ser cristão, ou seja, dar a Deus o primeiro lugar, diante das tentações que uma cultura secularizada sugere continuamente, diante das críticas de muitos contemporâneos.
As provas às quais a sociedade moderna submete o cristão, de fato, são muitas, e afetam a vida pessoal e social. Não é fácil ser fiel ao matrimônio cristão, praticar a misericórdia na vida cotidiana, dar espaço à oração e ao silêncio interior; não é fácil opor-se publicamente às escolhas que muitos consideram óbvias, como o aborto em caso de gravidez indesejada, a eutanásia em caso de doença grave, ou a seleção de embriões para prevenir doenças hereditárias. A tentação de deixar de lado a própria fé está sempre presente e a conversão torna-se uma resposta a Deus que deve ser confirmada muitas vezes na vida.
Temos como exemplo e estímulo as grandes conversões como a de São Paulo no caminho de Damasco, ou de Santo Agostinho, mas também na nossa época de eclipses do sentido do sagrado, a graça de Deus está a serviço e faz maravilhas na vida de muitas pessoas. O Senhor nunca se cansa de bater à porta dos homens em contextos sociais e culturais que parecem engolidos pela secularização, como aconteceu para o russo ortodoxo Pavel Florenskij. Depois de uma educação completamente agnóstica, a ponto de agir com verdadeira hostilidade para com os ensinamentos religiosos ensinados na escola, o cientista Florenskij encontra-se a exclamar: "Não, não é possível viver sem Deus!", e a mudar a sua vida completamente, a ponto de tornar-se monge.
Penso também na figura de Etty Hillesum, uma jovem holandesa de origem judia que morreuem Auschwitz. Inicialmentedistante de Deus, descobre-O olhando em profundidade dentro de si mesma e escreve: "Um poço muito profundo está dentro de mim. E Deus está nesse poço. Às vezes eu posso alcançá-lo, muitas vezes a pedra e a areia o cobrem: então Deus está sepultado. É preciso de novo que o desenterrem"(Diário, 97). Na sua vida dispersa e inquieta, encontra Deus em meio à grande tragédia do século XX, o Holocausto. Esta jovem frágil e insatisfeita, transfigurada pela fé, torna-se uma mulher cheia de amor e paz interior, capaz de dizer: "Vivo constantemente em intimidade com Deus".
A capacidade de opor-se às atrações ideológicas do seu tempo para escolher a busca da verdade e abrir-se à descoberta da fé é evidenciada por outra mulher do nosso tempo, a americana Dorothy Day. Em sua autobiografia, confessa abertamente ter caído na tentação de resolver tudo com a política, aderindo à proposta marxista: "Eu queria andar com os manifestantes, ir para a cadeia, escrever, influenciar os outros e deixar o meu sonho no mundo. Quanta ambição e quanta busca de mim mesma havia em tudo isso!”. O caminho de fé em um ambiente tão secularizado era particularmente difícil, mas a Graça age da mesma maneira, como ela mesma ressalta: "É certo que eu senti muitas vezes a necessidade de ir à igreja, ajoelhar, curvar a cabeçaem oração. Uminstinto cego, poderia-se dizer, porque eu não estava consciente da oração. Mas eu ia, inseria-me na atmosfera da oração ... ". Deus a conduziu a uma consciente adesão à Igreja, em  uma vida dedicada aos menos favorecidos.
No nosso tempo não são poucas as conversões entendidas como retorno de quem, depois de uma educação cristã talvez superficial, afastou-se da fé por anos e depois redescobre Cristo e o seu Evangelho. No livro do Apocalipse, lemos: "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo "(3, 20). O nosso homem interior deve preparar-se para ser visitado por Deus, e por essa razão não deve deixar-se invadir pelas ilusões, pelas aparências, pelas coisas materiais.
Neste tempo de Quaresma, no Ano da fé, renovemos o nosso compromisso no caminho de conversão, para superar a tendência de fechar-nos em nós mesmos e fazer, ao invés, espaço para Deus, olhando com seus olhos a realidade cotidiana. A alternativa entre o fechamento no nosso egoísmo e a abertura ao amor de Deus e dos outros, podemos dizer que corresponde à alternativa das tentações de Jesus: alternativa, isso é, entre o poder humano e o amor da Cruz, entre uma redenção vista apenas no bem-estar material e uma redenção como obra de Deus, a quem damos o primado da existência. Converter-se significa não fechar-se na busca do próprio sucesso, do próprio prestígio, da própria posição, mas assegurar que a cada dia, nas pequenas coisas, a verdade, a fé em Deus e o amor tornem-se a coisa mais importante.
(Após a catequese)
Amados peregrinos lusófonos, uma cordial saudação para todos, nomeadamente para os grupos portugueses de Lamego e Lisboa, e os brasileiros de Curitiba e Porto Alegre. Possa cada um de vós viver estes quarenta dias como um generoso caminho de conversão à santidade que o Deus Santo vos pede e quer dar! As suas bênçãos desçam abundantes sobre vós e vossas famílias! Obrigado!

Fonte:  Zenit.org

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Mensagem de Bento XVI para a Quaresma de 2013


Crer na caridade suscita caridade   

Apresentamos a seguir a mensagem de Sua Santidade Bento XVI para a Quaresma de 2013.

«Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo4, 16)  

Queridos irmãos e irmãs!
A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da acção do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.
1. A fé como resposta ao amor de Deus
Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16), recordava que, «no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um “mandamento”, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro» (Deus caritas est1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e «apaixonado» que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: «O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no acto globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está "concluído" e completado» (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os «agentes da caridade», a necessidade da fé, daquele «encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor» (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - «caritas Christi urget nos» (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.
«A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (...) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única - que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir» (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente «o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado» (ibid., 7).
2. A caridade como vida na fé
Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o «sim» da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20).
Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n'Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma «fé que actua pelo amor» (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12).
A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é «caminhar» na verdade (cf.Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30).
3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade
À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma «dialéctica». Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o activismo moralista.
A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e acção, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De facto, por vezes tende-se a circunscrever a palavra «caridade» à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o «serviço da Palavra». Não há acção mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressioo anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate8).
Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contacto com o divino que é capaz de nos fazer «enamorar do Amor», para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros.
A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: «É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas acções que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos» (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola.
4. Prioridade da fé, primazia da caridade
Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a acção do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama:«Abbá! – Pai!» (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: «Jesus é Senhor!» (1 Cor 12, 3) e «Maranatha! – Vem, Senhor!» (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20).
Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5).
A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Baptismo e a Eucaristia. O Baptismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé («saber-se amado por Deus»), mas deve chegar à verdade da caridade («saber amar a Deus e ao próximo»), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13).
Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!
Vaticano, 15 de Outubro de 2012
BENEDICTUS PP. XVI

Fonte:  Zenit.org

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A Mensagem da Virgem em Lourdes

  Hoje dia 11 de Fevereiro comemoramos o dia de Nossa Senhora de Lourdes, deixo aqui, uma pequena mensagem sobre a Virgem Maria, a respeito de sua aparição para Bernadete Soubirous na França.

A Mensagem de Nossa Senhora em Lourdes giram em torno de dois pontos principais: a oração e a penitência.
A Oração como sinal de inclinação para Deus, de abertura à vontade de Deus. Desde os primeiros momentos da primeira aparição de Nossa Senhora a Santa Bernadete, a oração marcou o relacionamento entre elas. Quando a pequena vidente percebeu a presença da Mãe de Deus, por não saber quem era, seu primeiro movimento foi meter a mão nos bolsos e apanhar o terço para rezar. E somente conseguiu fazer o sinal da cruz quando a misteriosa Senhora o fez.
A partir de então, em cada aparição, tanto a menina quanto Nossa Senhora e a multidão cada vez maior que lá comparecia rezavam o terço com grande fervor. A menina levantava seus braços com seu terço na mão, como que oferecendo a Nossa Senhora e toda a multidão repetia o gesto, em unidade com a criança, também oferecendo suas orações para a Virgem levar até seu Divino Filho.
A Penitência foi um pedido específico de Nossa Senhora. Ela pedia que se fizesse penitência por si e pelos pecadores. À pequena vidente, primeiro, ela pediu que comesse algumas ervas amargas e beijasse o solo, como penitência pela conversão dos pecadores. Depois disse à menina: vai beber da fonte e lavar-te nela, indicando um local dentro da gruta, onde Bernadete cavou e começou a brotar água misturada com lama, também em penitência por si e pela conversão dos pecadores.
Na oitava aparição, a Senhora pedia que se fizesse penitência e se orasse a Deus pela conversão dos pecadores e ordenou a Bernadete que beijasse a terra em penitência pelos pecadores.
Mas o impressionante, que tocou o coração do Pe. Peyramale, Vigário da Paróquia de Lourdes, foi o fato da aparição ter-se identificado com a Imaculada Conceição. É que havia alguns anos sido proclamado o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria e isso não havia sido divulgado convenientemente no seio da Igreja. As aparições, a auto-identificação como a Imaculada Conceição e os milagres que se seguiram vieram como sinal para confirmar a veracidade do dogma de fé proclamado pela Igreja, calando, de vez, algumas poucas vozes que se levantaram contra a atitude da Igreja.
Merece registro a promessa que Nossa Senhora fez a Santa Bernadete: Não te prometo fazer feliz neste mundo, mas no outro. É a promessa que faz a cada um de seus filhos, lembrando que este mundo passa e que o outro mundo é onde, verdadeiramente, vale a pena ser feliz. E o pedido que fez aos sacerdotes: vai dizer aos sacerdotes que venham para cá em procissão e construam aqui uma capela. Este pedido é mais e mais atendido, não só pelos sacerdotes, mas pelos milhões de peregrinos que anualmente visitam o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes e, com suas doações, ajudam a manter todo o serviço de acolhimento que é uma imagem do caloroso abraço da Mãe a cada filho seu que lhe vai fazer uma visita em Lourdes.
Não se pode, também, deixar de mencionar o extraordinário amor demonstrado por Deus a nós, seus filhos, que a Ele recorremos por intercessão de Nossa Senhora de Lourdes que se manifesta concretamente pelas curas, físicas e espirituais, em profusão, que acontecem em Lourdes. São milagres de toda sorte: de conversão, de mudança de vida, de reencontro com os sacramentos, de reconciliação de casais. Isso sem contar com a cura de doenças do corpo e da alma. Catalogados como comprovadas, em que houve acompanhamento médico anterior e, com ausência de causas naturais, houve cura instantânea, inexplicável e permanente, com exame pela Comissão Médica Internacional, já há registro de mais de cinco mil curas e delas apenas 64 são considerados pela Igreja como milagres. Por isso no dia 11 de fevereiro é também comemorado o Dia do Doente.

"Debaixo de vossa proteção nos refugiamos, ó Santa Mãe de Deus. Não desprezeis nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem Gloriosa e Bendita."

 

Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós e, interceda pela Santa Igreja neste momento. Amém! 

Bento XVI renuncia ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro

A Sede de São Pedro ficará vacante a partir de 28 de Fevereiro. Será convocado o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

 

Cidade do Vaticano, 11 de Fevereiro de 2013

  

Apresentamos as palavras com que Bento XVI anunciou a sua renuncia:
Caríssimos Irmãos,
convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.
Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.
BENEDICTUS PP. XVI

Fonte: (Zenit.org)


 

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