sábado, 16 de maio de 2015

Canonização dos pais de Santa Teresinha

ROMA, 03 Mar. 15 / 09:00 am (ACI).- O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, anunciou que os pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, Louis e Zelie Martin, serão canonizados em outubro deste ano, mês em que acontecerá o Sínodo da Família no Vaticano.

O anúncio do Cardeal Amato ocorreu apenas alguns dias depois do anúncio feito pelo bispo de Bayeux-Lisieux (França) sobre a sua intenção de abrir a causa de beatificação da irmã “difícil” de Santa Teresa de Lisieux, Leonia Martin, a terceira dos nove filhos do casal Louis e Zelie.

“Graças a Deus em outubro os dois cônjuges serão canonizados, pais de Santa Teresa de Lisieux”, disse o Cardeal Amato durante um recente encontro organizado pela Livraria Editora Vaticano para falar sobre o tema “Para que servem os santos?”, ressaltando a importância da santidade da família, tema do Sínodo que reunirá cardeaisbispos e peritos de todo o mundo para refletir sobre o tema da família.

“Os santos não são somente os sacerdotes e as religiosas, mas também os leigos”, assegurou o Cardeal referindo-se ao casal francês.

Louis e Zelie foram beatificados em 19 de outubro de 2008 pelo então Papa Bento XVI e sua canonização seria a primeira na história deste tipo.

Seu caminho aos altares foi mais rápido que o dos cônjuges Luigi e Maria Beltrame Quattrochi, beatificados também simultaneamente em outubro do ano 2001.

Louis e Zelie Martin são os pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, Padroeira das missões e uma das santas mais queridas pelo Papa Francisco, proclamada doutora da Igreja pelo Papa São João Paulo II em 1997.

Casados em 1858, Louis e Zelie tiveram nove filhos, dos quais quatro morreram na infância e cinco seguiram a vida religiosa.

A Vida e Trajetória do Papa João Paulo I

Albino Luciani (nome de batismo) nasceu em 17 de outubro de 1912, em um povoado chamado Canal de Agordo, no vale do Cordevole, na província Belluno (Itália).


Canal d'Agordo no vale do Cordevole. Província Belluno (Itália)
Albino Luciani, ainda criança, já inserido na vida cristã.
Seu nome de batismo fora uma homenagem a um amigo da família, que morrera numa explosão em uma mina de carvão na Alemanha.
Oriundo de família humilde, viu seu pai, Giovanni, inúmeras vezes forçado a buscar trabalho, como artesão, em outros países, em decorrência da Primeira Guerra Mundial.
Desde a infância, Albino possuía uma clareza de espírito e uma capacidade de reflexão interna, apoiados por uma inteligência viva e precoce.
Tudo isso graças ao seu ambiente familiar (de uma pobreza cheia de dignidade) que lhe propiciou a prática da vida cristã.
Sua mãe, Bertola, católica fervorosa, incentivou-o a seguir a formação religiosa.
Entra para o pequeno seminário de Feltre e, em seguida, passa para o Seminário Gregoriano de Belluno.
Por fim, conclui sua grande trajetória de sucesso na Universidade Grégorienne como doutor em Teologia, onde apresenta uma brilhate tese sobre o Padre Antônio Rosmini Serbati (grande ícone da Igreja Católica).
  • Os primeiros ministérios
Albino Luciani como bispo
de Vittorio Veneto
Em 7 de julho de 1935, é ordenado padre. Volta para sua cidade natal para trabalhar na paróquia de Canal de Agordo, onde exerce, ao mesmo tempo, uma intensa atividade pastoral, e o cargo de professor do Instituto Técnico Mineiro.
Em 1937, volta ao seminário Gregoriano de Belluno, onde já estivera como estudante, mas desta vez, é acolhido como vice-diretor e o professor de Teologia dogmática.
Em 1947, continua com o ensino de Teologia, mas ao mesmo tempo, lessiona outras disciplinas: Letras, Moral e Ética, História da Arte e Direito Canônico.
Logo é chamado para preencher as funções de vice-Chanceler, em seguida se torna Vigário Geral da Diocese.

  • A Trajetória e eleição para o papado
A figura de João Paulo I na Igreja Católica sempre foi a de um papa afável, tendo, por isso, recebido a alcunha de "O Papa Sorriso".
Albino Luciani governou a Santa Sé durante apenas um mês, entre 26 de agosto de 1978 até a data da sua morte (28 de setembro de 1978). Foi o primeiro papa desde Clemente V a recusar uma coroação formal, cerimônia não oficialmente abolida, ficando a cargo do eleito, escolher como quer iniciar seu pontificado. Contudo, desde então, os papas eleitos têm optado por uma cerimônia de "início do pontificado", com a respectiva entronização e o juramento de fidelidade. Também foi pioneiro ao adotar um nome papal duplo.
Embora não nutrisse maiores ambições, foi nomeado bispo por João XXIII e cardeal por Paulo VI. Esteve presente no Concílio Vaticano II, convocado em 1962 por João XXIII numa tentativa de aproximar a Igreja do mundo moderno. Albino Luciani era o Patriarca de Veneza quando, com 65 anos, foi eleito Papa em 26 de agosto de 1978, na terceira votação do conclave que se seguiu à morte do Papa Paulo VI, superando o cardeal ultraconservador Giuseppe Siri – favorito ao trono de São Pedro, de acordo com a imprensa – por 99 votos a 11.
A princípio, um atônito Luciani teria declinado de aceitar o pontificado, mas fora persuadido do contrário pelo cardeal holandês Johan Willebrands, que estava sentado a seu lado na Capela Sistina. Para isso, teria lhe dito: "Coragem. O Senhor dá o fardo, mas também a força para carregá-lo".
Escolhera o nome de João Paulo (Ioannes Paulus, pela grafia em latim) para homenagear seus antecessores, João XXIII e Paulo VI. Morreu na madrugada de 28 de setembro de 1978, no Palácio Apostólico do Vaticano. Na época do conclave, o cardeal britânico Basil Hume, um de seus eleitores, chamou João Paulo I de "o candidato de Deus".
Reza uma lenda que João Paulo I teria feito uma premonição sobre sua morte, ao afirmar a conhecidos que "alguém mais forte que eu, e que merece estar neste lugar, estava sentado à minha frente durante o conclave". Um cardeal presente na ocasião – que preferiu escudar-se no anonimato – confirmou que esse homem era, de fato, o polaco Karol Wojtyla. "Ele virá, porque eu me vou", prosseguiu o "Papa Breve". Curiosamente, Wojtyla realmente votara em Luciani naquele conclave e logo depois veio a se tornar João Paulo II.

Brasão e Lema
  • Descrição:
Escudo eclesiástico. Campo de blau, com um monte de seis cômoros de argente, à italiana, sobreposto por três estrelas de cinco pontas de jalde, postas: 1 e 2. Em chefe as armas patriarcais de São Marcos de Veneza, que são de argente com um leão alado e nimbado , passante ao natural, sustentando um livro aberto que traz a legenda: PAX TIBI MARCE EVANGELISTA MEVS.
O escudo está assente em tarja branca. O conjunto pousado sobre duas chaves decussadas, a primeira de jalde e a segunda de argente, atadas por um cordão de goles, com seus pingentes. Timbre: a tiara papal de argente com três coroas de jalde. Sob o escudo, um listel de blau com o mote: HVMILITAS, em letras de jalde. Quando são postos suportes, estes são dois anjos de carnação, sustentando cada um, na mão livre, uma cruz trevolada tripla, de jalde.

  • Interpretação:
O escudo obedece ás regras heráldicas para os eclesiásticos. O campo de blau representa o firmamento celeste e ainda o manto de Nossa Senhora, sendo que este esmalte significa: justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza. O monte é uma homenagem ao seu predecessor, o Papa Paulo VI, da família Montini, e ainda uma referência ao seu local de nascimento: Canale d'Agordo, nas montanhas Dolomitas, a cerca de mil metros acima do nível do mar, sendo de argente (prata) traduz: inocência, castidade, pureza e eloqüência.
As três estrelas representam as virtudes teologais: fé, esperança e caridade, sendo de jalde (ouro) simbolizam: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio. O chefe com as armas do Patriarcado de Veneza relembra o tempo feliz que o pontífice passou como seu patriarca e é ainda uma homenagem ao Papa João XXIII; sendo que a expressão "ao natural" é um recurso para se colocar o leão, naturalmente dourado sobre o campo de argente (prata), sem ferir as leis da heráldica.
Os elementos externos do brasão expressam a jurisdição suprema do papa. As duas chaves "decussadas", uma de jalde (ouro) e a outra de argente (prata) são símbolos do poder espiritual e do poder temporal. E são uma referência do poder máximo do Sucessor de Pedro, relatado no Evangelho de São Mateus, que narra que Nosso Senhor Jesus Cristo disse a Pedro: "Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu" (Mt 16, 19).
Por conseguinte, as chaves são o símbolo típico do poder dado por Cristo a São Pedro e aos seus sucessores. A tiara papal usada como timbre, recorda, por sua simbologia, os três poderes papais: de Ordem, Jurisdição e Magistério, e sua unidade na mesma pessoa. No listel o lema HVMILITAS (Humildade), é uma expressão da personalidade do papa Luciani.
Celebração da ascensão
(3 de setembro 1978)
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