ROMA, 03 Mar. 15 / 09:00 am (ACI).- O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, anunciou que os pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, Louis e Zelie Martin, serão canonizados em outubro deste ano, mês em que acontecerá o Sínodo da Família no Vaticano.
O anúncio do Cardeal Amato ocorreu apenas alguns dias depois do anúncio feito pelo bispo de Bayeux-Lisieux (França) sobre a sua intenção de abrir a causa de beatificação da irmã “difícil” de Santa Teresa de Lisieux, Leonia Martin, a terceira dos nove filhos do casal Louis e Zelie.
“Graças a Deus em outubro os dois cônjuges serão canonizados, pais de Santa Teresa de Lisieux”, disse o Cardeal Amato durante um recente encontro organizado pela Livraria Editora Vaticano para falar sobre o tema “Para que servem os santos?”, ressaltando a importância da santidade da família, tema do Sínodo que reunirá cardeais, bispos e peritos de todo o mundo para refletir sobre o tema da família.
“Os santos não são somente os sacerdotes e as religiosas, mas também os leigos”, assegurou o Cardeal referindo-se ao casal francês.
Louis e Zelie foram beatificados em 19 de outubro de 2008 pelo então Papa Bento XVI e sua canonização seria a primeira na história deste tipo.
Seu caminho aos altares foi mais rápido que o dos cônjuges Luigi e Maria Beltrame Quattrochi, beatificados também simultaneamente em outubro do ano 2001.
Louis e Zelie Martin são os pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, Padroeira das missões e uma das santas mais queridas pelo Papa Francisco, proclamada doutora da Igreja pelo Papa São João Paulo II em 1997.
Casados em 1858, Louis e Zelie tiveram nove filhos, dos quais quatro morreram na infância e cinco seguiram a vida religiosa.
sábado, 16 de maio de 2015
A Vida e Trajetória do Papa João Paulo I
Albino Luciani (nome de batismo) nasceu em 17 de outubro de 1912, em um povoado chamado Canal de Agordo, no vale do Cordevole, na província Belluno (Itália).
Canal d'Agordo no vale do Cordevole. Província Belluno (Itália) |
Albino Luciani, ainda criança, já inserido na vida cristã. |
Oriundo de família humilde, viu seu pai, Giovanni, inúmeras vezes forçado a buscar trabalho, como artesão, em outros países, em decorrência da Primeira Guerra Mundial.
Desde a infância, Albino possuía uma clareza de espírito e uma capacidade de reflexão interna, apoiados por uma inteligência
Tudo isso graças ao seu ambiente familiar (de uma pobreza cheia de dignidade) que lhe propiciou a prática da vida cristã.
Sua mãe, Bertola, católica fervorosa, incentivou-o a seguir a formação religiosa.
Entra para o pequeno seminário de Feltre e, em seguida, passa para o Seminário Gregoriano de Belluno.
Por fim, conclui sua grande trajetória de sucesso na Universidade Grégorienne como doutor em Teologia, onde apresenta uma brilhate tese sobre o Padre Antônio Rosmini Serbati (grande ícone da Igreja Católica).
- Os primeiros ministérios
Albino Luciani como bispo de Vittorio Veneto |
Em 1937, volta ao seminário Gregoriano de Belluno, onde já estivera como estudante, mas desta vez, é acolhido como vice-diretor e o professor de Teologia dogmática.
Em 1947, continua com o ensino de Teologia, mas ao mesmo tempo, lessiona outras disciplinas: Letras, Moral e Ética, História da Arte e Direito Canônico.
Logo é chamado para preencher as funções de vice-Chanceler, em seguida se torna Vigário Geral da Diocese.
- A Trajetória e eleição para o papado
A figura de João Paulo I na Igreja Católica sempre foi a de um papa afável, tendo, por isso, recebido a alcunha de "O Papa Sorriso". |
Embora não nutrisse maiores ambições, foi nomeado bispo por João XXIII e cardeal por Paulo VI. Esteve presente no Concílio Vaticano II, convocado em 1962 por João XXIII numa tentativa de aproximar a Igreja do mundo moderno. Albino Luciani era o Patriarca de Veneza quando, com 65 anos, foi eleito Papa em 26 de agosto de 1978, na terceira votação do conclave que se seguiu à morte do Papa Paulo VI, superando o cardeal ultraconservador Giuseppe Siri – favorito ao trono de São Pedro, de acordo com a imprensa – por 99 votos a 11.
A princípio, um atônito Luciani teria declinado de aceitar o pontificado, mas fora persuadido do contrário pelo cardeal holandês Johan Willebrands, que estava sentado a seu lado na Capela Sistina. Para isso, teria lhe dito: "Coragem. O Senhor dá o fardo, mas também a força para carregá-lo".
Escolhera o nome de João Paulo (Ioannes Paulus, pela grafia em latim) para homenagear seus antecessores, João XXIII e Paulo VI. Morreu na madrugada de 28 de setembro de 1978, no Palácio Apostólico do Vaticano. Na época do conclave, o cardeal britânico Basil Hume, um de seus eleitores, chamou João Paulo I de "o candidato de Deus".
Reza uma lenda que João Paulo I teria feito uma premonição sobre sua morte, ao afirmar a conhecidos que "alguém mais forte que eu, e que merece estar neste lugar, estava sentado à minha frente durante o conclave". Um cardeal presente na ocasião – que preferiu escudar-se no anonimato – confirmou que esse homem era, de fato, o polaco Karol Wojtyla. "Ele virá, porque eu me vou", prosseguiu o "Papa Breve". Curiosamente, Wojtyla realmente votara em Luciani naquele conclave e logo depois veio a se tornar João Paulo II.
Brasão e Lema
- Descrição:
O escudo está assente em tarja branca. O conjunto pousado sobre duas chaves decussadas, a primeira de jalde e a segunda de argente, atadas por um cordão de goles, com seus pingentes. Timbre: a tiara papal de argente com três coroas de jalde. Sob o escudo, um listel de blau com o mote: HVMILITAS, em letras de jalde. Quando são postos suportes, estes são dois anjos de carnação, sustentando cada um, na mão livre, uma cruz trevolada tripla, de jalde.
- Interpretação:
Os elementos externos do brasão expressam a jurisdição suprema do papa. As duas chaves "decussadas", uma de jalde (ouro) e a outra de argente (prata) são símbolos do poder espiritual e do poder temporal. E são uma referência do poder máximo do Sucessor de Pedro, relatado no Evangelho de São Mateus, que narra que Nosso Senhor Jesus Cristo disse a Pedro: "Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu" (Mt 16, 19).
Por conseguinte, as chaves são o símbolo típico do poder dado por Cristo a São Pedro e aos seus sucessores. A tiara papal usada como timbre, recorda, por sua simbologia, os três poderes papais: de Ordem, Jurisdição e Magistério, e sua unidade na mesma pessoa. No listel o lema HVMILITAS (Humildade), é uma expressão da personalidade do papa Luciani.
Celebração da ascensão (3 de setembro 1978) |
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