Toda pessoa sabe que, se não comer, ela morre. Há um ditado popular que diz: “saco vazio não para em pé”. Sabe também que quem come pouco ou passa fome fica desnutrido, fraco e muito mais propenso a doenças e até à morte.
Comer o pão e beber o vinho é, em primeiro lugar, viver. É fácil perceber o que o Senhor quis nos ensinar ao usar este símbolo: assim como sem comida, até o mais forte dos corpos definha e morre, assim também até o maior dos santos, sem a Eucaristia, não consegue se sustentar.
Durante todo o Evangelho, podemos perceber a importância que Cristo dá às refeições. Várias vezes, Ele come com os fariseus, com os publicanos, com os pecadores. Durante esses momentos [refeições], o Senhor ensinava e exortava. Por isso, nada mais natural do que escolher uma refeição para nela instituir a Eucaristia (cf. Jo 13,2). A palavra “Koinonia” significa comunhão. São pessoas que estão juntas, partilhando, comungando da mesma refeição.
Na família, o momento da refeição é o momento de reunião, de troca, de se colocar os assuntos em dia. É nesses momentos que a união da família se solidifica. Quando queremos nos confraternizar numa festa, sempre existe algum tipo de refeição para partilhar. Quando queremos aumentar nossa intimidade com alguém o convidamos para comer conosco. Se tudo isso é verdadeiro para simples refeições diárias, quanto mais será para a refeição Eucarística compartilhada. É nessa mesa do Pão vivo que se opera a unidade real e misteriosa da Igreja (cf. I Cor 10,16-17).
A Eucaristia é sacramento da unidade. Ela une a Igreja em torno de Cristo, de Seu sacrifício. A Igreja “comunga” com Ele. Torna-se o corpo de Cristo, unindo-se como células que recebem o mesmo alimento e são purificadas pelo mesmo sangue. Assim como o pulmão difere do intestino na sua anatomia e função, – mas ambos são essenciais e pertencentes ao mesmo corpo, – nós também, embora sendo diferentes uns dos outros, somos membros de Cristo pelo batismo. Uma só fé, um só batismo, um só Espírito. Esta é a essência da unidade, operada e mantida pela comunhão do Corpo e Sangue de Cristo.
Que pelo conhecimento que o Senhor nos dá do valor da Eucaristia, puro dom de Deus para a nossa salvação, possamos participar dela, com novo ânimo, de maneira a sermos curados, libertos e restaurados. E, assim comprometidos, partilhá-la com nossos irmãos.
Por tudo que disse posso concluir e afirmar sem medo de errar: a Eucaristia é vida e compromisso. É partilha e serviço.
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