No mês de junho, temos as tradicionais festas juninas. Devemos nos lembrar que, ao menos originalmente, elas existem para comemorar três santos de grande importância, cuja festa se celebra neste mês: Santo Antônio, dia 13, São João Batista, dia 24, e São Pedro, dia 29.
São João Batista foi o precursor de Jesus, aquele que o apresentou ao povo de Israel. Filho de Zacarias e Santa Isabel, foi santificado ainda no seio materno quando da visita de Nossa Senhora, já grávida do Menino Jesus. Por isso a Igreja festeja, dia 24, o seu nascimento, ao contrário de todos os outros santos, dos quais ela só comemora a morte, ou seja, seu nascimento para o Céu. Desde criança, retirou-se para o deserto para fazer penitência e se preparar para sua futura missão. Ministrava ao povo o batismo de penitência, ao qual Jesus também acorreu, por humildade. São João Batista era o homem da verdade, sem acepção de pessoas. Por isso admoestava o Rei Herodes contra o seu pecado de infidelidade conjugal e incesto, o que atraiu a ira da amante do rei, Herodíades, que instigou o rei a metê-lo no cárcere. No dia do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades, Salomé, dançou na frente dos convivas, o que levou o rei, meio embriagado, a prometer-lhe como prêmio qualquer coisa que pedisse. A filha perguntou a mãe, que não perdeu a oportunidade de vingar-se daquele que invectivava seu pecado. Fez a filha pedir ao rei a cabeça de João Batista. João foi decapitado na prisão, merecendo o elogio de Jesus, por ser um homem firme e não uma cana agitada pelo vento: “Entre os nascidos de mulher não apareceu ninguém igual a João Batista”.
João Batista foi fiel imitador de Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, aquele que, como disse o poeta João de Deus, ensinou-nos a verdade “e morreu para mostrar/ que a gente pela verdade/ se deve deixar matar”.
São Pedro foi Apóstolo de Jesus, por ele escolhido para chefe do colégio apostólico e da sociedade hierárquica visível que ele fundaria, simbolizado isso pela entrega das chaves do Reino dos Céus, ou seja, da sua Igreja. Pescador do mar da Galiléia, foi por Jesus transformado em pescador de homens. Após ter chorado o seu pecado de negação do seu divino Mestre, foi por ele consagrado seu vigário aqui na terra. São Pedro fundou a Igreja de Roma, da qual foi o primeiro bispo. Seu sucessor é o Papa, bispo de Roma, vigário de Cristo.
Dom Fernando Arêas Rifan - Artigo publicado no jornal "A Folha da Manhã", Campos, no dia 15 de junho de 2011, quarta-feira.
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