A unidade da Igreja católica é uma de suas notas essenciais, junto com a santidade, a catolicidade e a apostolicidade. A unidade da Igreja é tríplice: unidade de governo — um só governo, o do Romano Pontífice e dos Bispos em comunhão com ele –, unidade de fé — uma só doutrina — e unidade de culto prestado a Deus, sobretudo através dos Sacramentos, especialmente a Santíssima Eucaristia.
A Eucaristia é, por assim dizer, o centro, a característica e a identidade da Igreja católica. Mas a sua celebração tem diversas formas ou Ritos. “As diversas tradições litúrgicas (ou Ritos), legitimamente reconhecidas por significarem e comunicarem o mesmo mistério de Cristo, manifestam a catolicidade da Igreja” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1206). A diversidade litúrgica, quando legítima, é fonte de enriquecimento e não prejudica a unidade da Igreja.
A Igreja católica conta com dezenas de diversos Ritos, orientais — Melquita, Maronita, Caldeu, Copta… — e latinos — Bracarense, Moçárabe, Ambrosiano… –, todos eles sendo expressões diferentes do mesmo culto católico prestado a Deus.
Nós amamos e preferimos a forma tradicional do Rito Romano — tal como estabelecido por São Pio V e revisto por diversos Papas até o Beato João XXIII em 1962 –, também chamada de Missa tridentina:
- porque temos o legítimo desejo, reconhecido pelo Papa, de conservar a riqueza litúrgica deste rito tradicional da Santa Igreja;
- porque consideramos que é a melhor expressão litúrgica dos dogmas eucarísticos e o mais sólido alimento espiritual, por sua riqueza, sua beleza, sua elevação, sua nobreza e a solenidade de suas cerimônias, por seu senso de sacralidade e de reverência, por seu sentido de mistério, pela maior precisão e rigor de suas rubricas, porque apresenta assim maior garantia e proteção contra os abusos, não dando espaço a “ambigüidades, liberdades, criatividades, adaptações, reduções e instrumentalizações”, como lamentava o Papa João Paulo II (Encíclica Ecclesia de Eucharistia, n. 10, n. 52, n. 61);
- porque “esta liturgia pertence à Igreja inteira como o rico veículo do espírito que deve se irradiar também na celebração da terceira edição típica do Missal Romano atual…” como “uma fonte preciosa de compreensão litúrgica para todos os outros ritos…” (Cardeal Francis George, Arcebispo de Chicago);
- porque esta forma litúrgica não foi jamais abrogada (Bento XVI, Motu proprio Summorum Pontificum);
- porque nos sentimos chocados, não sem razão, em nossa fé e piedade com os abusos, sacrilégios e profanações que se tornaram tão comuns depois da reforma litúrgica, porque não queremos ver a “liturgia transformada em show” — “onde se tenta tornar a religião interessante com a ajuda de asneiras em moda” (Cardeal Joseph Ratzinger) — nem queremos compartilhar com erros e profanações que constatamos não poucas vezes no uso da nova liturgia.
A todos os fiéis ligados à Missa tridentina, recomendamos a leitura da Orientação Pastoral de Dom Fernando Arêas Rifan, Bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianney, datada de 6 de janeiro de 2007.
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