quarta-feira, 27 de julho de 2011

Tarde Te amei!

Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova!

Tarde demais eu te amei!

Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora!

Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas.

Estavas comigo, mas eu não estava contigo.

Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti não existissem.

Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez.

Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou a minha cegueira. Espargiste tua fragrância e, respirando-a, suspirei por ti.

Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti.

Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz.



(Confissões - Santo Agostinho

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