Quando falamos da vocação sacerdotal, sempre consideramos a sua grandeza, sua dignidade, sua singularidade. E tudo isso é bem verdade. Pois se padre é realmente algo muito grande. Quem recebe o sacerdócio recebe uma dignidade que está acima dos anjos. Quem é escolhido, é objeto de um amor todo especial, todo singular. Mas, quando refletimos sobre a vocação, precisamos nos lembrar de algo mais e sobre isso é que gostaria de refletir. Nosso mesmo, na vocação, há muito pouco, ou quase nada, pois, é Deus que nos escolhe, e nos escolhe, não por causa de nossas qualidades, mas por sua imensa caridade. Deus escolhe instrumentos pobres, inadequados, para fazer brilhar o seu poder e sua misericórdia. Mais ainda, se nos pautamos pelo que S. Paulo nos diz, temos que tirar como conclusão que somos os seres mais miseráveis, as pessoas mais limitada, não valemos nada, e por isso, Deus nos escolheu. Quem na tiver consciência de seu nada, não entendeu ainda o que é ter vocação. Deus nos escolheu, sendo miseráveis como somos e nos cumulou de dons de graças. Então podemos pensar que, enfim, somos alguma coisa? Não, não. Tudo o que Deus nos deu não é nosso, pois foi-nos dado a favor dos homens. Deus quer que multipliquemos os dons que Ele nos deu, em beneficio de nossos irmãos, em favor das almas. Portanto longe do padre, do seminarista, do vocacionado ficar se esnobando com suas qualidades. Se Deus nos fez tão grandes como sacerdote, é para que sirvamos à Igreja, às almas, guiar os homens para Deus. Se agimos na Pessoa de Cristo é que desapareça nossa própria pessoa e através de nós e em nós brilhe cada vez mais Jesus Cristo.
Somos felizes porque não temos nem somos nada por nós mesmo. Se algo há de grande em nós, e, de fato, há, é a parte de Deus, que escolhe o que há de mais fraco e desprezível...
Pe. Gaspar Samuel Coimbra Pelegrini, Reitor do seminário.
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