Não sei se
você já notou, mas o primeiro Sacramento que Jesus instituiu, após a sua
Ressurreição, no mesmo dia desta, foi o da Confissão (cf. Jo 20,22).
“Como o Pai me enviou, eu vos envio a
vós… Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados,
ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos”
(Jo 20, 22-23).
Isto mostra que Jesus estava desejoso de
distribuir o “remédio” que a humanidade precisava; o perdão dos pecados,
para ser feliz. Tirando-se o pecado, tira-se a morte eterna (cf. Rm
6,23).O Catecismo da Igreja nos mostra toda a gravidade do pecado: “Aos
olhos da fé, nenhum mal é mais grave do que o pecado, e nada tem
consequências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o
mundo inteiro” (§ 1488).
Por outro lado, o Catecismo afirma que
ele é uma realidade: “O pecado está presente na história dos homens:
seria inútil tentar ignorá-lo ou dar a esta realidade obscura outros
nomes.” (CIC §386)
O Catecismo diz com toda a clareza: “A
morte corporal, à qual o homem teria sido subtraído se não tivesse
pecado (GS,18), é assim o último inimigo do homem a ser vencido” (1Cor
15, 26).
Santo Agostinho dizia que: “É desígnio de Deus que toda alma desregrada seja para si mesma o seu castigo.”
“O homem se faz réu do pecado no mesmo momento em que se decide a cometê-lo.”
Sintetizava tudo dizendo que “pecar é destruir o próprio ser e caminhar para o nada.”
E dizia de si mesmo nas Confissões: “Eu
pecava, porque em vez de procurar em Deus os prazeres, as grandezas e as
verdades, procurava-os nas suas criaturas: em mim e nos outros. Por
isso precipitava-me na dor, na confusão e no erro.”
O
demônio escraviza a humanidade com a corrente do pecado. Jesus veio
exatamente para quebrar essa corrente. São João deixa bem claro na sua
carta: “Sabeis que Ele se manifestou para tirar os pecados” (1Jo 3,5).
“Para isto é que o Filho de Deus se manifestou, para destruir as obras
do diabo” (1 Jo 3,8).
Essa “obra do diabo” é exatamente o
pecado. Podemos agora viver uma nova vida. É o que São Paulo ensina na
carta aos colossenses: “Se, pois, ressuscitastes com Cristo, buscai as
coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus” (Col 3,1).
Aos romanos ele garante: “Já não pesa
mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. A Lei do
Espírito da vida em Cristo Jesus te libertou da lei do pecado e da
morte” (Rom 8,1).
Aos gálatas o Apóstolo diz: “É para a
liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei firmes, portanto, e não
vos deixeis prender de novo ao jugo da escravidão” (Gal 5,1).
Santa Catarina de Sena ensina: “Tão
grande é a liberdade humana, de tal modo ficou fortalecida pelo precioso
sangue de Cristo, que demônio ou criatura alguma pode obrigar alguém à
menor culpa, contra o seu parecer. Acabou-se a escravidão, o homem ficou
livre”.
Assim como a missão de Cristo foi
libertar o homem do pecado, a missão da Igreja, que é o seu Corpo
místico, a sua continuação na história, é também a de libertar a
humanidade do pecado e levá-la à santificação. Fora disso a Igreja se
esvazia e não cumpre a missão dada pelo Senhor.
Jesus, quer dizer, em hebraico, “Deus
salva”. Salva dos pecados e da morte. Na Anunciação o Anjo disse a
Maria: “… lhe porás o nome de Jesus”. (Lc 1, 31)
A José, o mesmo Anjo disse: “Ela dará à
luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu
povo dos seus pecados”. (Mt 1, 21)
A salvação se dá pelo perdão dos pecados;
e já que “só Deus pode perdoar os pecados” (Mc 2, 7), Ele enviou o Seu
Filho para salvar o seu povo dos seus pecados.
“Foi Ele que nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10).
“Este apareceu para tirar os pecados “ (1Jo 3,5).
Fonte: Prof. Felipe Aquino
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