Meditações sobre a via dolorosa, caminho da cruz, força do cristão
Durante o tempo da quaresma, a Igreja nos convida a meditar de maneira especial sobre a Paixão do Senhor. Não se trata simplesmente de uma lembrança de acontecimentos históricos, mas de entrar na realidade da salvação.
Ao rezar a via-crúcis com afeto, eu realmente acompanho Jesus, respondendo ao seu apelo. Cada estação do seu caminho doloroso é um passo meu ao encontro do seu amor.
Julgado por Pôncio Pilatos, Cristo me diz: "Julgarei quem condena o amor. Mas o meu tribunal é diferente do tribunal de Pilatos, porque eu me coloco no lugar do culpado. Eu me curvo ao julgamento iníquo do governador romano para que tu sejas absolvido. Entendes o quanto é grande o meu amor por ti?".
Quando o Senhor aceita a cruz sobre os ombros, ele assume, na verdade, o peso de todos nós, pecadores: "Não carrego lenha aos ombros para atiçar o fogo. Carrego o mundo. Carrego todos os seus pecados. Como um animal de carga, eu carrego todos os homens, um por um. Eu te carrego".
"Todo pecado, toda má ação, é um golpe duro contra mim; é uma ferida que dói e que me empurra para avançar. O meu amor te carrega. Nada é pesado demais para mim, porque eu te amo. Trilha comigo esta estrada! Ajuda-me a carregar o mundo. Eu sei que temes a cruz e acreditas que o seu peso te esmagará, mas nada será difícil demais para ti, porque eu te amo".
E se eu aceito a cruz na minha vida, seja ela feita de pequenas dores ou de grandes sofrimentos que excedem as minhas forças, ajudo a Jesus como o Cireneu, cooperando com ele para a salvação do mundo: "Carregarias a minha cruz se não fosses forçado? Não estarias tão perto de mim se a brutal violência não tivesse te ligado ao mesmo jugo. Acredita em mim: eu não quero te fazer sofrer, mas assim alivias o meu fardo".
"Eu preciso da tua ajuda e clamo pelo teu amor. Não vês que nunca estiveste tão perto de mim quanto agora? Eu sei que é difícil. Se ao menos entendesses que não és vítima de um destino cego, mas és, sim, predestinado e amado. Tem fé em mim: se no fim da jornada olhares para trás, entenderás tudo".
Cristo me ama. Por isso é que ele sofre por mim. Sim, se eu fosse o único homem na face da terra, ainda assim ele daria a vida por mim. Da cruz ele sussurra palavras de amor: "Eu poderia me livrar da minha cruz e descer. Estes pregos não podem me prender. Tu, sim. É por ti. Até o último instante os meus olhos descansarão em ti, e, porque te vejo, consigo suportar tudo isto. Se toda essa dor, essas feridas e sofrimento, se toda esta amargura e vergonha é o preço que eu tenho de pagar por ti, tu vales toda a pena. Por favor, não te afastes! Deixa as minhas feridas serem tuas, assim como as tuas já são minhas há tempo".
A onipotência de Deus não pode forçar a minha liberdade humana a amá-lo, mas, ainda assim, faz de tudo para que eu experimente a sua bondade. É na via dolorosa que se encontra o amor e o Senhor, que sofre pelas suas criaturas, pedindo, quase mendigando, o seu amor. Quem nos mostra um amor maior? Caminhemos com Jesus, passo a passo, e que, com cada pequeno ato de afeto sincero, esta via dolorosa se transforme num caminho amoroso que nos leve até a felicidade verdadeira.
Fonte: ZENIT
Nenhum comentário:
Postar um comentário