No Angelus de domingo, 4, o Papa Francisco recordou a Jornada Mundial da Juventude, da qual ele participou na semana passada. Ele destacou que as JMJs não são“fogos de artifício”, momentos de entusiasmo, mas rezou para que os jovens que participaram possam viver esta experiência na vida cotidiana, respondendo ao chamado pessoal do Senhor.
Queridos irmãos e irmãs!
Domingo passado eu estava no Rio de
Janeiro. Concluía-se a Santa Missa e a Jornada Mundial da Juventude.
Penso que devemos todos juntos agradecer ao Senhor pelo grande dom que
foi este acontecimento para o Brasil, para a América Latina e para o
mundo inteiro. Foi uma nova etapa na peregrinação dos jovens através dos
continentes com a Cruz de Cristo. Não devemos nunca esquecer que as
Jornadas Mundiais da Juventude não são “fogos de artifício”, momentos de
entusiasmo com fins em si mesmos; são etapas de um longo caminho,
iniciado em 1985, por iniciativa do Papa João Paulo II. Ele confiou aos
jovens a Cruz e disse: ide, e eu irei com vocês! E assim foi; e esta
peregrinação dos jovens continuou com o Papa Bento e graças a Deus
também eu pude viver esta maravilhosa etapa no Brasil. Recordemos
sempre: os jovens não seguem o Papa, seguem Jesus Cristo, levando a sua
Cruz. E o Papa os guia e os acompanha neste caminho de fé e de
esperança. Agradeço por isso os jovens que participaram mesmo a custa de
sacrifícios. E agradeço ao Senhor também pelos outros encontros que
tive com os Pastores e o povo daquele grande país que é o Brasil, bem
como as autoridades e os voluntários. O Senhor recompense todos aqueles
que trabalharam por esta grande festa da fé. Quero destacar também o meu
agradecimento, tantos agradecimentos aos brasileiros. Brava gente esta
do Brasil, um povo de grande coração! Não esqueço a sua calorosa
acolhida, as suas saudações, os seus olhares, tanta alegria. Um povo
generoso; peço ao Senhor que o abençõe muito!
Gostaria de pedir-vos para rezarem
comigo a fim de que os jovens que participaram da Jornada Mundial da
Juventude possam traduzir esta experiência no seu caminho cotidiano, nos
comportamentos de todos os dias; e que possam traduzi-lo também em
escolhas importantes de vida, respondendo ao chamado pessoal do Senhor.
Hoje na liturgia ecoa a palavra provocativa de Eclesiastes: “Vaidade das
vaidades… tudo é vaidade” (1, 2). Os jovens são particularmente
sensíveis ao vazio de significado e de valores que muitas vezes os
circunda. E infelizmente pagam as consequências. Em vez disso, o
encontro com Jesus vivo, na sua grande família que é a Igreja, enche o
coração de alegria, porque o enche de vida verdadeira, de um bem
profundo, que não passa e não apodrece: vimos isso nos rostos dos jovens
no Rio. Mas esta experiência deve enfrentar a vaidade cotidiana, o
veneno do vazio que se insinua nas nossas sociedades baseadas no lucro e
no ter, que iludem os jovens com o consumismo. O Evangelho deste
domingo nos lembra propriamente o absurdo de basear a própria felicidade
no ter. O rico diz a si mesmo: ó minha alma, tens à disposição muitos
bens… descansa, come, bebe e divirta-se! Mas Deus lhe diz: Insensato,
nesta noite ainda exigirei de ti a tua alma. E as coisas que ajuntaste,
de quem serão? (cfr Lc 12, 19-20). Queridos irmãos e irmãs, a verdadeira
riqueza é o amor de Deus compartilhado com os irmãos. Aquele amor que
vem de Deus e faz com que nós compartilhemos entre nós e nos ajudemos
entre nós. Quem faz esta experiência não teme a morte, e recebe a paz do
coração. Confiemos esta intenção, a intenção de receber o amor de Deus e
compartilhá-lo com os irmãos, à intercessão da Virgem Maria.
Papa Francisco
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