Na Catequese desta quarta-feira,
18, o Papa Bento XVI retomou o tema da oração, abordando um texto dos
Atos dos Apóstolos em que Pedro e João deixam o cárcere após terem sido
presos por pregar o Evangelho (cf. Atos 4). Os dois encontram a
comunidade, que unida, ouve o que aconteceu e começa a rezar. Esta
comunidade não quis reagir ou se defender, nem adotar alguma medida
especial, mas simplesmente rezar. E o fez numa oração unânime e
concorde, pois “o vivido por um irmão é vivido por todos”.
“Sustentados
pela oração, agregados e unidos assim como o Senhor no Getsêmani, eles
confiavam na presença, na ajuda e na força de Deus", acrescentou o Papa.
Bento XVI destacou que os apóstolos leram a Escritura e
receberam a luz do Ressuscitado, compreendendo sua própria história
dentro do projeto divino. "A comunidade não quis ser imune do perigo,
nem que os culpados fossem castigados, mas pediu coragem para anunciar a
Palavra de Deus e que ele acompanhasse este anúncio com sua mão
poderosa”, disse.
Atitude que, segundo o Santo Padre, deve
encorajar os cristãos diante dos desafios. "O comportamento de fundo dos
cristãos diante de perigos, dificuldades e ameaças, deve ser como o da
primeira comunidade cristã, que não tenta elaborar estratégias para se
defender, mas se coloca em contato com Deus na oração”.
Por fim,
Bento XVI explicou que depois de Pentecostes, o Espírito Santo guiou os
passos da Igreja, mas Pentecostes não foi um evento isolado. Nos Atos
dos Apóstolos, São Lucas narra outras intervenções do Espírito Santo em
momentos difíceis da Igreja nascente.
Antes de conceder a benção apostólica, o Papa fez pequenos resumos de sua Catequese em vários idiomas. Em português, falou:
“Queridos irmãos e irmãs,
O
capítulo quarto dos Atos dos Apóstolos mostra a Igreja nascente em
oração unânime e concorde, depois de ouvir da boca de Pedro e de João as
ameaças feitas pelo Sinédrio. Nas perseguições sofridas por causa de
Jesus, a comunidade não se assusta nem se divide, mas permanece
profundamente unida na oração. Não é só a oração de Pedro e de João,
cujas vidas estiveram em perigo, mas de toda a comunidade, porque aquilo
que os dois passaram não diz respeito só a eles, mas a toda a Igreja. E
que pede a Deus a comunidade? Não pede o fim das provações nem o
castigo dos perseguidores, mas a graça de poder anunciar a Palavra de
Deus com toda a confiança.
No fim da oração, o Espírito Santo,
que, entretanto lhes falara através da Sagrada Escritura, irrompe na
casa e enche o coração de todos aqueles que invocaram o Senhor. Este é o
fruto da oração unânime que a comunidade eleva a Deus: a efusão do
Espírito Santo, dom do Ressuscitado que sustenta e guia o anúncio livre e
corajoso da Boa Nova até aos confins do mundo.
Aos peregrinos de
língua portuguesa, especialmente aos grupos vindos de Minas Gerais, as
minhas boas-vindas a todos vós, com votos de que esta peregrinação a
Roma seja ocasião para uma maior consciência e escuta do Espírito Santo,
que vos fará fortes na fé e corajosos no testemunho cristão. Sobre vós e
sobre a vossa casa e comunidade cristã, desça a minha Benção”.
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