terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Maria, Rainha do Céu e da Terra


Por ser mãe do Rei, constituído por Deus sobre todas as obras de suas mãos, é evidente que também Maria fosse constituída Rainha, possuindo, com direito, todo o reino do Filho. Como não possuir o reino do Filho aquela que possui inteiramente o próprio Filho?¹.
Antes de tudo, Maria é Rainha dos anjos – como canta a Igreja – por causa de sua excelência e dignidade, por eminência de graça e virtudes, por título de autoridade real. Isso se comprova mediante a reverência que lhe manifestam os próprios anjos. Tal reverência está clara, por exemplo, no fato de o Arcanjo Gabriel saudá-la com profunda veneração e respeito.
A realeza de Maria, porém, se estende também sobre a terra, ou seja, sobre todos os seres humanos. A mãe não pode estar, de modo algum, separada do poder real do Filho. Única é a carne de Maria e de Cristo, único o espírito e única a caridade. Desde o momento em que foi dito “o Senhor está contigo” (Lc 1,28), se tornaram inseparáveis promessa e dom. Portanto, pode-se concluir que a glória do Filho não somente é comum com a Mãe, mas é também a mesma.
Que ampla perspectiva se abre, então, para a consideração do amor de Maria por nós e de sua vontade de salvar nossas almas! Não há necessidade de fazer tantos raciocínios. Estamos diante de um campo aberto a todos e facilmente transitável. Entremos nele com nossas reflexões pessoais para descobrir sua amplitude, gozar de sua amenidade e alimentar-nos de os seus preciosos e salutares frutos.²
O que custa a Maria pedir, o que custa a Jesus conceder-nos qualquer espécie de graça?³

Notas
1 Cf. Ruperto de Deutz, Em Cântico dos Cânticos, L. III: PL 168, 877.
2 Pregações à juventude, n. 29: o nome de Maria, MS 1081-1090; PVC, p 315-9.
3 Diário Pessoal [Memorial Privado], p. 166: anotação de 18.05.1810.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...