o que um bebê condenado ao aborto teria a dizer...
Por que não posso
nascer?
Por
que eu sou a assim chamada criança indesejada?
Um acúmulo de células
e tecidos como alguns homens sem alma gostam de me chamar ...
Entretanto,
eu sou um ser humano como você.
Eu
tenho um coração que bate como o seu... Eu tenho um rosto como o seu..., com
olhos, ouvidos e boca.
Eu posso sonhar quando durmo. Eu posso sorrir.
Eu posso saltar de alegria quando ouço a voz de meu pai ao
chegar em casa.
Mas veja, eu gostaria de também como você, ter a oportunidade de ver as
estrelas cintilando no firmamento, ouvir o canto dos pássaros, sentir o perfume
das flores, ver o sorriso de minha mãe olhando para mim e dizendo
Aninha ou Toninho...
Mas, não! Isso eu não posso. Eu não tenho nome algum. Os homens
me excluirão de sua sociedade. Eu sou o bebê indesejado. Um mero número nas
estatísticas. Aliás, nem incluem a minha vida nos planos de saúde pública.
Eu sou o bebê indesejado. E porque o sou, há legisladores
que poderão me atribuir a situação de um banido que pode ser maltratado,
torturado e morto ao bel-prazer de qualquer um.
Eu
sou, sem cometer crime algum, um condenado à morte.
Eu não
poderei nem ver, nem ser visto, nem ouvir nem ser ouvido, nem ter a consciência
de amar e nem a de ser amado. E o seio de mãe que para você terá sido um lugar
de amor e de amparo se transformará para mim em câmara de tortura.
Eu
serei simplesmente liquidado..., despedaçado ou queimado quimicamente... e
ninguém se lembrará de mim, pois até mesmo um sepultamento me é negado. Meu
corpo destruído e aviltado será, simplesmente, lançado ao lixo.
Se eu tivesse direitos...
Mas,
pelo que eu lhe disse acima você vê bem: eu não tenho direito algum... Mas
talvez você pudesse fazer algo.
Sim, se você tiver compaixão de mim, de meus irmãos e
irmãs, que minuto a minuto sofrem o destino trágico que eu sofrerei... talvez
você possa falar com seus amigos e amigas para mostrar-lhes que a designação de
criança indesejada seja cortada do vocabulário de nosso país e que, em
conseqüência, os legisladores fixem em lei o meu direito à vida igualzinho como
você o tem.
Eu não posso
reinvindicar meu direito, mas você pode...
...
será que você poderia me ajudar a ter reconhecido nas leis brasileiras meu
direito à vida?
Esse
seu engajamento pelo direito à vida poderá até ser bom para você no futuro.
Pois quem sabe se algum dia, esses mesmos homens sem coração que desconsideram
minha existência e me designam de “criança indesejada”, não virão também
designar os idosos de “seres indesejados”?
Ajude-me!
Consiga que os brasileiros garantam que as autoridades me concedam o direito de
nascer. Eu não cometi crime algum, eu estou indefeso diante daqueles que me
consideram simplesmente uma atrapalhação, um acidente, uma doença.
Sim,
eu...
...o
bebê indesejado.
Boletim informativo da Campanha “O Amanhã de Nossos Filhos”
Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade
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