“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!"
E
chega, então, o Domingo da Alegria, o Domingo “Gaudete”em que a Igreja, em vez do roxo, se
reveste da cor rósea, sendo um gozo antecipado da alegria do Natal. E,
neste dia a Igreja pára a penitência, a Igreja coloca flores cor de rosa
em seus altares para lembrar a nós: “Ele está próximo!” “Alegrai-vos,
porque a vossa salvação se aproxima”.
A
alegria é um dos frutos do Espírito Santo, e que não podemos confundir
com a euforia, porque a euforia é avassaladora, vem e passa, e, muitas
vezes ao vir, sempre deixa o rastro de destruição. O carnaval, como
festa diabólica que é, não contém alegria, porque a alegria vem de Deus,
o Espírito passa por nós, nos edifica e a Deus volta; a euforia, não, a
do carnaval, das festas pagãs, etc. Esta vem de forma avassaladora, e
deixa o quê? Destruição! Desnorteamento! E afastamento de Deus. Isso não
é alegria. A alegria vem de Deus, e deve voltar a Deus. E edifica. E
santifica. E renova. Isso é a ação de Deus.
A
alegria não é a ausência da dor. A Santíssima Virgem, aos pés da cruz,
tendo o seu coração rasgado pela dor, estava profundamente alegre,
porque a sua alegria era in Domino, como cantam o Intróito e a Epístola:
“Alegrai-vos no Senhor”. A nossa alegria só tem sentido no Senhor; se é
uma alegria que não é no Senhor, então ela é infantil, ela é imatura;
ela é sem sentido, irracional... E desta “alegria”, o mundo está cheio;
desta aparente alegria, a sociedade está cheia, se enganando, se
“alegrando” para cair na perdição.
A
grande palavra de ordem para nós é “Alegrai-vos, o Senhor se aproxima”.
João Batista já aparece no Evangelho para nos dizer: “Preparai os
caminhos do Senhor!” “Eu não sou o Cristo, não sou o Messias; eu sou
apenas a voz que clama no deserto: preparai os caminhos do Senhor,
endireitai as suas veredas”. Que nós correspondamos urgentemente, porque
já não há mais tempo. Já não há mais tempo para brincadeira, já não há
mais tempo para adiarmos a nossa conversão, porque Aquele que hoje age
para nós com estrondosa misericórdia, amanhã será nosso Juiz, e no Seu
Tribunal, esta grande misericórdia, estas grandes graças enviadas para
nossa salvação serão revertidas no rigor de um julgamento, do qual
ninguém escapará. Lembremos de outra parte do Evangelho que nos diz:
“Servo mal e preguiçoso! Não sabias que eu colho até onde eu não
semeei?” Ora, se há um patrão severo, que irá pedir contas até daquilo
que não deu, quanto mais daquilo que ele deu, que ele dá a cada
instante...
Neste
Domingo da Alegria, alegremo-nos. São Domingos Sávio dizia a Dom Bosco:
“Ensina-me a ser santo depressa, eu quero ser santo depressa”, e Dom
Bosco deu a São Domingos Sávio três conselhos para se chegar à
santidade; e, entre eles, um grande conselho ele deu e que serve para
nós: “Seja sempre alegre”. E esta alegria é no Senhor, porque a alegria
que não é no Senhor é bobeira, é típica de alguém que ficou na eterna
infantilidade, no esquecimento espiritual, é romantismo barato. A
alegria verdadeira é aquela em que o fiel, mesmo na dor, mesmo com o
coração despedaçado, mantém-se livremente alegre no Senhor.
Ouçamos
São Paulo, ouçamos a Igreja que nos exorta a estarmos sempre alegres,
nesta alegria que jamais passará, nesta alegria que vem de Deus, que
penetra o nosso ser e nossa alma, e, penetrando o nosso ser e a nossa
alma, eleva-nos para o Céu, eleva-nos para Deus. Quando na Missa o
sacerdote diz: “Sursum corda” – corações ao alto – estes corações ao
alto são os corações na alegria do Espírito, na alegria de Deus. Que só
esta alegria, que, para nós, é o antegozo do Céu – porque no Céu
gozaremos de uma eterna e profunda alegria – possa permanecer, mesmo no
tempo do Advento – e ela deve permanecer mesmo no tempo do Advento em
nossos corações.
Gaudete in Domino semper, como diz São Paulo e repete com muita firmeza: “Gaudete in Domino semper: iterum dico, gaudete” – “Alegrai-vos, alegrai-vos, alegrai-vos, eu vos digo, eu vos repito, alegrai-vos”.
Lembrete: Hoje damos início a novena do Santo Natal!
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