Há um clima diferente no ar. As despedidas do ano que termina e as expectativas para o ano vindouro
nos contagiam. Seja pobre ou seja rico, adultos ou crianças, todos nós
acabamos nos envolvendo nesta atmosfera de luz e festa. Parece que o
amor e a paz, que emanam do presépio, atingem de cheio cada coração; até
mesmo os mais fechados ou indiferentes à fé tornam-se generosos. Por
isso, é uma época própria para confraternizações, revisão de vida,
sonhos e esperança. É um tempo favorável ao amor, à partilha do que temos e, mais ainda, do que somos. Momento oportuno também para dar e receber o perdão, condição essencial para quem deseja um coração livre e, consequentemente, uma vida nova no ano que se aproxima.
É ainda época propícia para agradecermos a Deus por todos os
benefícios que Ele nos concedeu durante o ano que termina; e apoiados
nos sinais do Seu amor, é tempo de encontrarmos forças para acolhermos o
ano novo cheios de esperança.
Agradecer é um gesto nobre e, cada vez mais, necessário em nossos dias.
É de Deus que recebemos tudo que temos, desde a vida ao alimento, a
saúde, a força e a inteligência para trabalhar; o ar que respiramos, o
nascer e o por do sol, a beleza da natureza. Enfim, “em tudo isso há a
mão de Deus”. Por isso, louvor e gratidão a Ele, Autor de todo bem!
Mas também é preciso agradecer às pessoas! Para sermos mais felizes,
precisamos reconhecer quem realmente somos e isso nos leva a perceber
que sozinhos dificilmente chegamos à realização, já que nossa vida está
entrelaçada com a vida de milhares de pessoas por este mundo afora.
Portanto, neste clima de celebração, dar um abraço e olhar nos olhos
daqueles que dedicam sua vida para nosso bem-estar, talvez tenha muito
mais sentido do que enviar um cartão ou até mesmo um valioso presente.
Por isso fiquemos atentos aos nossos gestos. Na verdade, o ser
humano tem sede de amor, de reconhecimento, de afeto, de olhos nos
olhos e palavras de incentivo; e isso não se compra com dinheiro, mas se
dá, gratuitamente, e se transmite nos pequenos acontecimentos do dia a
dia.
Que bom saber que o ano novo se aproxima e nos dá uma
nova chance de acertar! Reconhecer nossos limites já é um bom começo de
uma vida nova. Afinal, depois dos festejos, a vida nos desafia a seguir
viagem e nossas escolhas serão determinantes. Quem deseja recomeçar com
leveza e paz, por exemplo, deve ser mais humilde e deixar muito peso
para trás de si mesmo, optando pela novidade de cada dia. O homem que
não se renova, perde-se, infantiliza-se, sente-se pesado e se cansa com
pouca coisa.
É claro que o passado tem seu valor, mas não
podemos nos prender a ele. Se o que aconteceu foi bom, ótimo, lembremos
com gratidão. Mas se não foi como desejávamos, devemos entregar nossas
dores e decepções a Deus e não tentarmos carregá-las como se fossem um
fardo em nossas costas.
Lembremo-nos que nossa vida não
termina aqui. Nascemos para o alto e, neste mundo, tudo é passageiro.
Portanto, entre um ano que termina e outro que começa, caminhar é
preciso. Quando faltar forças, caminhe devagar, mas não pare. Por onde
for, procure levar o essencial e mantenha seu olhar fixo na meta, lá no
alto, mesmo que permaneça com os pés no chão.
Se achar
necessário, pare um pouco e pense sobre sua vida. Não tenha medo de
reconhecer os erros e acertos; acima de tudo, lute para dar a vitória ao
amor. Só é feliz quem ama.
Deixe o ano que termina
levar tudo que é dor, solidão, mágoa e ressentimento. Leve para o ano
novo somente o que é bom, justo e nobre. Soluções, respostas, abraços,
sorrisos, liberdade, justiça, amor, paz e esperança. Tenha certeza: o
mundo será melhor com sua colaboração!
Se começar o
ano com gratidão, confiança na misericórdia de Deus e cheio do Espírito
Santo, com o coração livre de todo apego às coisas vans e dispostos a
amar mais do que ser amado, certamente seu ano será sempre novo e sua
vida será mais feliz de janeiro a dezembro.
Que assim seja! Uma feliz vida nova para todos nós!
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